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Lula cria instituto sob promessa de funcionar sem verba pública

15 ago 2011 - 16h16
(atualizado às 19h48)
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Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira da reunião que decidiu criar um instituto que levará o seu nome. O principal objetivo do grupo, composto por 38 associados, é desenvolver políticas públicas para países da África e da América Latina, além da criação de um memorial que terá como tema a trajetória de Lula em seus dois governos, de 2003 a 2010. A fonte de financiamento será o setor privado, ainda que não tenha ficado claro para os participantes se há alguma restrição no estatuto em relação a possíveis recebimentos de recursos públicos.

Lula promete que seu instituto se sustentará apenas com recursos privados
Lula promete que seu instituto se sustentará apenas com recursos privados
Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Cidadania / Divulgação

De acordo com Luiz Dulci, ex-secretario-Geral da Presidência, Lula deixou claro na reunião que não pretende trabalhar com recursos públicos. "Em todas as reuniões ele tem repetido isso. Não faria qualquer sentido que não fosse assim", disse.

Paulo Okamoto, diretor presidente do instituto, diz que os recursos serão todos privados, ainda que não haja uma previsão de orçamento definida. "Vamos buscar recursos somente com a iniciativa privada. Dentro do instituto só receberão salários aqueles que tiverem dedicação integral", disse ele.

"A ideia é replicar as políticas que deram certo no Brasil, como as relativas ao combate à pobreza e à geração de empregos. Experiências na área da bioenergia e na área da educação, como o Programa Universidade Para Todos (Prouni) também serão levados em conta", disse o ex-ministro do Turismo Walfrido dos Mares Guia.

Entre os associados estão o tesoureiro da campanha da petista Dilma Rousseff, o ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior, que será um dos responsáveis pela arrecadação de recursos para a criação do memorial e para dar suporte aos projetos do instituto, além dos ex-ministros Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Franklin Martins (Secretaria de Comunicação), Rui Falcão (presidente do PT) e os deputados federais Arlindo Chinaglia e Devanir Ribeiro, ambos do PT.

Do atual governo estão associados o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, e o ministro da Defesa, Celso Amorim. O Instituto Lula sucede o antigo Instituto da Cidadania, criado após a campanha presidencial em que Lula acabou derrotado por Fernando Collor de Melo, em 1989. A sede da entidade, que é no Ipiranga, zona sul de São Paulo, deve ocupar novo endereço.

A diretoria da entidade será formada por Paulo Okamoto, Luiz Dulci, José Fillipi Júnior, Paulo Vannuchi, e Clara Ant, ex-assessora especial da presidência. Lula será o presidente de honra. Na reunião, ele disse aos colegas que se tivesse juízo não estaria criando um instituto, mas curtindo a aposentadoria.

Fonte: Terra
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