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Polícia

Companheiro de juíza assassinada é ouvido por 6 horas no Rio

12 ago 2011 - 11h05
(atualizado às 17h38)
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O companheiro da juíza Patrícia Acioli, morta com pelo menos 15 disparos na noite de quinta-feira em Niterói (RJ), foi convocado pela polícia para prestar esclarecimentos sobe a rotina da magistrada. Marcelo Poubel foi ouvido durante seis horas por investigadores da Divisão de Homícidios (DH) do Rio.

Na saída, Marcelo negou-se a falar com a imprensa. Segundo informações de agentes da DH, mais de dez pessoas que participavam da rotina de Patrícia já foram ouvidas e os depoimentos que devem ajudar na elucidação do caso terão continuidade nesta tarde.

Entre os próximos a serem ouvidos, está um vigia que ficava em uma guarita próxima à casa da juíza. A hipótese de crime passional é classificada pela polícia como "improvável". A linha de investigação mais aceita, segundo a polícia, é a de que o assassinato tenha sido cometido por vingança, por milicianos ou traficantes.

Patrícia Acioli era conhecida por colegas de profissão e por criminosos como uma juíza "martelo duro". Ela costumava condenar policiais militares que forjavam autos de resistência, traficantes e milicianos envolvidos em transporte alternativo com penas máximas.

Mais cedo, o primo de Patrícia Acioli disse que ela estava há três anos sem escolta policial por determinação do ex- presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ), Luiz Zveiter. Procurado, o atual presidente do TJ, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, disse que a juíza abriu mão da escolta feita por policiais militares em 2007.

Segundo o desembargador, Patrícia teve a proteção de três policiais entre 2002 e 2007. No último ano, o TJ-RJ fez uma revisão e determinou que o número de seguranças passassem de três para apenas um. Assim, Patrícia decidiu abrir mão do agente.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Carro da magistrada passa por perícia na DH, no Rio de Janeiro
Carro da magistrada passa por perícia na DH, no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Futura Press
Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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