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Polícia

Cabral, sobre ônibus: não vamos passar mão na cabeça de culpados

11 ago 2011 - 18h54
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O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou esta quinta-feira que "se houve erro, o comando de Segurança Pública não vai passar a mão na cabeça dos culpados", em alusão ao sequestro do ônibus da Viação Jurema, ocorrido na terça-feira. Ele disse ainda que se houver culpados, todos serão punidos.

Viaturas da PM cercaram o ônibus durante as negociações para a rendição dos sequestradores
Viaturas da PM cercaram o ônibus durante as negociações para a rendição dos sequestradores
Foto: Carlo Wrede / O Dia

Já para o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, que comentou o caso na quarta-feira, "a ação foi uma evolução da polícia. A perícia inicial provou que a maioria dos tiros foi dada nos pneus ou próximo aos pneus. Foi uma ação em que o serviço de inteligência da polícia funcionou muito bem".

Beltrame assume erro

O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, assumiu que houve erro na forma com que os policiais abordaram o ônibus. Entretanto, em nota, também destacou a negociação que aconteceu em seguida, considerada bem sucedida.

Já o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que policiais militares quebraram o protocolo da instituição ao atirar contra o veículo com reféns. No entanto, segundo ele, foi esse erro que permitiu que o ônibus fosse interceptado pela polícia.

Os dois policiais que confessaram ter atirado contra o veículo foram indiciados por lesão corporal, segundo a delegada-adjunta da 6ª DP (Cidade Nova), Sânia Cardoso. Ainda segundo a delegada, caso alguma das pessoas atingidas morra, ambos podem ser indiciados por homicídio culposo.

O assalto

O ônibus com itinerário Praça XV - Duque de Caxias foi cercado pela polícia na pista sentido Praça da Bandeira, na altura do Sambódromo. Quando o ônibus parou no ponto, os assaltantes entraram e pagaram a passagem. O motorista desconfiou e no ponto seguinte conseguiu fazer sinal para dois policiais e aproveitou para fugir.

Agentes da PM, do Batalhão de Policiamento de Choque e do Bope foram acionados para o local. Os pneus do coletivo foram furados após duas tentativas de fuga dos homens. Policiais armados de fuzis e pistola se posicionaram do outro lado da pista.

Dos bandidos que entraram no ônibus, um saltou do veículo com uma refém e depois fugiu, roubando um carro e mantendo um casal refém até Manguinhos, no subúrbio. Segundo a polícia, testemunhas afirmaram em depoimento que eles não dispararam dentro do veículo.

Dois responsáveis pela ofensiva foram capturados logo na sequencia e identificados como Renato da Costa Júnior, 21 anos, e Bruno Silva Lima, 19 anos. O terceiro, Jean Júnior da Costa Oliveira, apontado como sobrinho do traficante Fernandinho Beira-Mar, foi capturado no início da madrugada de quarta-feira, quando deu entrada no Hospital São Lucas, em Copacabana. Um quarto bandido foi identificado por fotos do banco de dados da Polícia Civil como Clerivan da Silva Mesquita e tem um mandado de prisão preventiva expedido.

De acordo com a polícia, Clerivan desceu do ônibus com um passageiro. Na altura do Estácio, ele começou a dar tiros a esmo. Em seguida, tomou um Zafira com um casal. Dois PMs pediram emprestado o veículo de motorista e seguiram o homem até a favela do Mandela, em Manguinhos. Ele abandonou o veículo e as vítimas e fugiu a pé para a favela.

Entre os cinco feridos durante o assalto, três permanecem internados no Hospital Municipal Souza Aguiar. O caso mais grave é o de Liza Monica Pereira, que foi baleada no tórax e está em estado grave com fraturas na costela e na clavícula e uma contusão no pulmão, sem previsão de alta.

Fonte: O Dia
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