RJ: tiros que atingiram ônibus partiram de fora, indica nova perícia
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) analisam na manhã desta quinta-feira peças e a carcaça do ônibus que foi sequestrado na noite de terça-feira por quatro suspeitos na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro (RJ). O laudo prévio apontou que os tiros foram disparados de fora para dentro do veículo, na altura dos pneus, no lado esquerdo. A análise indica a intenção de parar o ônibus.
Testemunhas já disseram que os os criminosos não dispararam dentro do veículo. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a perícia deve produzir um laudo conclusivo sobre a forma como agiram os policiais durante a abordagem ao coletivo.
Em nota divulgada na noite de quarta-feira, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse que "houve erro" na maneira como policiais tentaram parar o ônibus.
Na ocasião, policiais militares atiraram contra o veículo com reféns para que ele parasse. Quatro pessoas estão internadas, uma delas é um PM. Três homens foram presos e um suspeito está sendo procurado.
O sequestro
O ônibus com itinerário Praça XV - Duque de Caxias, foi cercado pela polícia na pista sentido Praça da Bandeira, na altura do Sambódromo, no centro do Rio. Quando o veículo parou no ponto, os criminosos entraram e pagaram a passagem. O motorista desconfiou e na parada seguinte conseguiu fazer sinal para dois policiais, aproveitando para fugir.
PMs do Batalhão de Policiamento de Choque e do Bope foram até o local. Os pneus do coletivo foram furados pelos policiais após duas tentativas de fuga dos criminosos. Policiais armados de fuzis e pistola se posicionaram do outro lado da pista.
Dos bandidos que entraram no ônibus, um saltou do veículo com uma refém e depois fugiu, roubando um carro e mantendo um casal refém até Manguinhos, no subúrbio do RIo de Janeiro. Segundo a polícia, testemunhas afirmaram em depoimento que os criminosos não dispararam dentro do veículo.
Feridos
Entre os cinco feridos durante o assalto ao ônibus na Avenida Presidente Vargas, três permanecem internados no Hospital Municipal Souza Aguiar, também no Centro. O caso mais grave é o de Liza Monica Pereira, que foi baleada no tórax e está em estado grave com fraturas na costela e na clavícula e uma contusão no pulmão. Ela está no Centro de Terapia Intensiva do hospital e não há previsão de alta.
Já Alcir Pereira, 56 anos, foi atingido no pescoço e está em observação na enfermaria. O estado de saúde dele é estável. Fabiana Gomes da Silva, 30 anos, levou um tiro na região do glúteo e passa bem. Outro homem foi atingido de raspão em uma das pernas e já foi liberado. Um policial também ficou ferido. Atingido na perna, ele segue internado no Hospital Central da Polícia Militar. Entre os reféns, 11 saíram ilesos na operação.