DF: Miss Penitenciária quer ser modelo ou enfermeira após soltura
Miss Penitenciária do DF quer ser modelo ou enfermeira no futuro
Eleita na terça-feira Miss Penitenciária DF 2011, a interna Raíra Aparecida Pereira Paixão, 20 anos, disse que vai tentar a carreira de modelo quando sair da prisão. Reclusa há sete meses, ela espera decisão da Justiça para passar ao regime semiaberto. Apesar de empolgada com o convite de uma agência de modelos para trabalhar assim que estiver livre, ela diz que, se a nova carreira não der certo, vai seguir o sonho de se tornar enfermeira, já que vê na profissão "um bem social para todos".
Ganhadora entre nove finalistas, a brasiliense Raíra disse que a participação no concurso era mais importante que o prêmio, pois todas as candidatas deveriam se sentir especiais. A miss se disse surpresa com a vitória, que lhe renderá R$ 1,5 mil. A segunda colocada do concurso recebe prêmio de R$ 1 mil e a terceira R$ 500. Elas podem optar entre um depósito em conta bancária ou ter o dinheiro enviado à família.
A diretora da penitenciária feminina, delegada Deuselita Pereira Martins, considera o evento "uma grande oportunidade de mostrar o trabalho de ressocialização no sistema penitenciário da capital e também um meio de buscar parcerias para execução de outros projetos com o mesmo fim". A penitenciária abriga 560 internas, das quais a maioria possui entre 18 e 25 anos e está detida por infringir a lei antidrogas.
Profissionais que participaram do projeto deram aulas de desfile e etiqueta às detentas, além de oferecer atendimento psicológico e tratamentos de beleza. Uma das internas participantes, que estava entre as inicialmente 10 finalistas do concurso, Valéria Menezes, decidiu não participar da final porque recebeu a saída para prisão domiciliar no dia do evento, que também era o dia do aniversário de seu filho. Após quatro anos de prisão, ela quis ir imediatamente para casa.