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Política

Saiba mais sobre Celso Amorim, novo ministro da Defesa

4 ago 2011 - 20h40
(atualizado às 22h46)
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O novo ministro da Defesa, Celso Amorim (PT), foi ministro das Relações Exteriores em duas oportunidades e, agora, assume o posto de ministro da Defesa, em substituição a Nelson Jobim (PMDB), que pediu demissão do cargo nesta quinta-feira.

Celso Amorim foi escolhido para ser o novo ministro da Defesa
Celso Amorim foi escolhido para ser o novo ministro da Defesa
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Formado em 1965 no Instituto Rio Branco, Amorim fez pós-graduação em Relações Internacionais pela Academia Diplomática de Viena, na Áustria. O diplomata também é membro permanente do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e foi professor de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).

Amorim foi ministro das Relações Exteriores por duas vezes. A primeira foi de 1993 a 1994, durante o governo de Itamar Franco, quando ajudou nos preparativos para o lançamento do Mercosul, que ocorreu em 1995.

Anos mais tarde, em 2003, foi escolhido para retornar ao cargo, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele seguiu na função até o fim do segundo mandato do petista, quando foi sucedido por Antonio Patriota, na gestão Dilma Rousseff.

Ao longo de oito anos como chanceler de Lula, Amorim foi o protagonista de uma política externa polêmica, que por várias vezes suscitou críticas de oposicionistas, mas que também aumentou o perfil brasileiro nos temas internacionais. Ele esteve na linha de frente da defesa de pontos polêmicos, como a aproximação com o regime iraniano e com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, além das questões do gás, com a Bolívia, e da usina de Itaipu, com o Paraguai.

Diplomata de carreira, Amorim também foi representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) de 1995 a 2001, e, de 2001 a 2002, embaixador no Reino Unido. Representou o País ainda na Organização Mundial do Comércio (OMC). Fora da diplomacia, Amorim também atuou como diretor para Assuntos Internacionais do Ministério de Ciência e Tecnologia entre 1985 e 1988.

À frente do ministério, Amorim terá superioridade hierárquica sobre as Forças Armadas. Em 1982, no entanto, ele deixou o cargo de diretor-geral da extinta Embrafilme, estatal cinematográfica criada pelo regime militar (1964-1985), após desagradar militares da linha-dura. A irritação foi gerada pelo filme Pra Frente Brasil, de Roberto Farias. Financiado pela estatal, a produção retratava a tortura contra um homem confundido com um militante em meio aos festejos com a Copa do Mundo de 1970, no México, na qual a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial.

Filiação ao PT e escolha de caças

Amorim foi filiado ao PMDB até 2009, mas nunca teve militância política. Já ministro de Lula, trocou para o Partido dos Trabalhadores, causando revolta na oposição. Em abril de 2010, quando Amorim visitava a Comissão de Relações Exteriores do Senado, o então senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) lembrou que, na eleição de 2002, ele havia apoiado José Serra contra Lula - assim como todo o PMDB - e o chamou de "neo-petista".

Em seu último ano como chanceler do governo Lula, Amorim se mostrou a favor dos caças franceses Rafale, da Dassault, no processo de compra de novas aeronaves para a Defesa do País. O processo ainda não foi finalizado e a decisão final Lula deixou para sua sucessora. A posição de Amorim, no entanto, contrariou a da Força Aérea Brasileira (FAB), que, em relatório, apontou o modelo Gripen NG, da sueca Saab, como a melhor opção de compra - o caça sueco custaria metade do valor do francês.

Dias após o vazamento do relatório, o jornal francês Le Monde destacou que a preferência dos militares contradisse o que Lula manifestou várias vezes. Na ocasião, Amorim estava em Paris e destacou que caberia ao presidente do Brasil decidir. "Às vezes os técnicos dão uma impressão que vai num sentido e muitas vezes o barato sai caro", disse.

Com informações da Agência Brasil e da Reuters.

Fonte: Terra
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