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RS: músico é processado por rap contra reajuste de deputados

3 ago 2011 - 10h24
(atualizado às 12h35)
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O músico gaúcho Tonho Crocco é alvo de uma ação do Ministério Público por crime contra a honra, em decorrência da divulgação do rap Gangue da Matriz. Gravada em vídeo divulgado no site do compositor em dezembro de 2010, a música é um protesto contra o aumento de 73% nos salários que os deputados da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul concederam a si mesmos na época.

RS: músico ironiza aumento de deputados e é processado:

Fundador da banda Ultramen, Crocco atualmente faz carreira solo. No vídeo, ele cita o nome dos 36 parlamentares que votaram a favor do reajuste de R$ 11.564,76 para R$ 20.042,34. "36 contra 1, aí é covardia / O crime aconteceu em plena luz do dia / Votado e aprovado pelos próprios deputados / Subiram seu salário, me senti um otário / Capitalistas, comunistas / Todas as vertentes presentes na lista", diz trecho da música.

Em seu blog, o músico lançou um "manifesto contra a censura e pela liberdade de expressão". "Não seria esta ação uma forma de censura à liberdade de expressão? Não estaria o excelentíssimo deputado ou a quem ele representou agindo de forma truculenta? Estaríamos retrocedendo aos tempos da ditadura? Será mesmo que estamos numa democracia?", questiona Crocco. "Meu verdadeiro temor é que se abra um precedente coibindo as manifestações políticas; principalmente aquelas que usam de vias pacíficas e da arte como forma de expressão", diz.

Tonho Crocco foi enquadrado nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal, que preveem pena de um mês a dois anos de prisão. Em sua página no Twitter, o deputado Giovani Cherini disse ser "a favor da liberdade de expressão". "Não ingressei com ação contra Tonho Crocco. Como presidente (da Assembleia), ofereci ao MP representação para que, havendo ilicitude, tomasse providências", disse.

Fonte: Terra
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