PUBLICIDADE

Política

Ministro da Agricultura diz estar à disposição para ir ao Congresso

1 ago 2011 - 14h01
(atualizado às 18h42)
Compartilhar

Claudia Andrade
Direto de Brasília

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta segunda-feira que está à disposição do Congresso Nacional para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de corrupção que atingem sua pasta. "Hoje pela manhã eu enviei um ofício aos líderes do PMDB na Câmara e no Senado, pedindo que não se oponham à convocação, porque eu faço questão de prestar esses esclarecimentos. Também falei com os presidentes da Comissão de Agricultura da Câmara e do Senado me pondo à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos."

Em sua avaliação, o ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá Neto, transformou um ato administrativo em uma questão política. "Eu avalio que ele tentou, tendo sido pego em flagrante irregularidade grave e tendo sido responsabilizado por isso, tentou transformar um ato administrativo em algo político", disse. Jucá Neto foi exonerado da diretoria financeira da estatal, após denúncias relacionadas a um suposto pagamento a uma empresa fantasma.

Para Rossi, a entrevista concedida por Jucá Neto - que é irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) - à revista Veja desta semana, em que diz existir no ministério um esquema de arrecadação de dinheiro e favorecimento de aliados comandado pelo próprio ministro Rossi, contém "uma série de impropérios e denúncias sem fundamento". Na entrevista, o ex-diretor da Conab nega ter cometido qualquer ato ilícito.

Líder pediu para irmão continuar
O ministro disse ter comunicado o líder do governo sobre a situação. "Ele disse: 'se o senhor puder minimizar os danos, mas faça o que for preciso fazer'. Eu disse que daria a oportunidade de ele se exonerar e ele pediu demissão."

Ao pedir para "minimizar danos", Romero Jucá teria levantado a possibilidade de seu irmão voltar para o cargo anterior, de assessor no ministério. A conversa teria ocorrido antes da publicação da primeira denúncia, que levou à exoneração de Jucá Neto, por conta do pagamento irregular a uma empresa. A resposta, segundo o ministro, foi que não havia condições de analisar a situação no momento em que o então diretor seria afastado.

Rossi considerou "normal" o pedido feito pelo líder do governo, por se tratar de uma questão envolvendo um membro de sua família. "O Romero teve uma atitude absolutamente correta nesse caso comigo e com a instituição. Não tentou interferir em nada."

Sobre a indicação do irmão do líder do governo para o cargo, Rossi destacou que houve uma "resistência grande" ao nome de Jucá Neto. Em sua análise, "abriu-se uma situação em que ele se mostrou despreparado para a função".

O ministro negou que haja uma "crise" na Agricultura e considerou as denúncias um "episódio localizado em que um mau funcionário agiu de maneira inadequada, foi pego, responsabilizado e quis criar uma crise".

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade