Mansões são construídas em áreas do Incra destinada a pobres
O Fantástico denunciou em sua edição deste domingo a existência de casas de luxo construídas em áreas na Bahia e no Mato Grosso pertencentes ao governo, a princípio destinadas a pessoas pobres, por meio de assentamentos. São terrenos à beira-mar ou sítios com amplas áreas de lazer, tendo como proprietários empresários ou pessoas que fogem aos critérios estipulados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agráfia (Incra) para recebê-los.
Um dos exemplos é um lote localizado em Cumuruxatiba, distrito do município de Prado, a 800 km de Salvador, onde o Incra criou assentamento há mais de 20 anos. No local, vive o fotógrafo inglês Jamie Stewart. Filho de um velho astro de Hollywood, Stewart Granger, ele afirmou à reportagem que a maioria das pessoas que ali foi assentada já vendeu sua propriedade. Por ser estrangeiro, pela lei, ele não poderia ser beneficiado pelo Incra, mas diz ter comprado a área de um advogado. A venda de terrenos do instituto é proibida, mas a reportagem, em três dias na cidade baiana, descobriu vários à venda. O mesmo pôde ser observado no município de Sorriso, no Mato Grosso, onde foram encontrados assentados interessados em passar seus terrenos adiante.
