RJ: quebrado sigilo de mais 2 telefones de PMs do caso Juan
O juiz Marcio Alexandre Pacheco da Silva, do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu, decretou nesta terça-feira, a pedido do Ministério Público, a quebra de sigilo dos dados telefônicos de mais duas linhas de policiais militares suspeitos de envolvimento na morte do menino Juan. Na última quinta-feira, já havia sido decretada a quebra do sigilo de outros dez telefones. As 12 linhas pertencem a um total de nove PMs.
Quatro policiais militares que estavam na Favela do Danon já foram afastados das ruas e são investigados pelo comandante-geral da corporação, coronel Mário Sérgio Duarte. Outros sete PMs que patrulhavam as ruas no entorno da comunidade também também serão submetidos ao processo.
A reconstituição do caso foi realizada na última sexta-feira na Favela do Danon, mas só terminou na madrugada de sábado. Os quatro PMs, que se recusaram a dar explicações no local durante o dia, foram os últimos a ser ouvidos. Os outros PMs que atuavam nas redondezas também participaram da reprodução simulada.
Policiais suspeitos de executar traficante
Registrada na 56ª DP (Comendador Soares) como auto de resistência, a morte de Igor de Souza Afonso, 17 anos, apontado por policiais do 20° BPM (Mesquita) como traficante e baleado durante a ação em que Juan desapareceu, pode ganhar novos rumos. A perícia no corpo do jovem aponta que ele pode ter sido executado, apesar de os disparos não terem sido dados a curta distância.
Igor foi atingido por pelo menos cinco tiros de fuzil, quatro no peito e um na perna. Na noite de 20 de junho, logo após a ação dos PMs do Grupamento de Ações Táticas (GAT), Igor foi socorrido em uma Blazer do batalhão, que foi ao local em apoio. Os militares levaram o jovem para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas ele não resistiu. O adolescente nunca havia sido apreendido. Durante a operação, também foram feridos um jovem de 19 anos e o irmão de Juan, de 14 anos de idade. Ambos foram inscritos no programa de proteção à testemunha junto às respectivas mães.
Quando registraram a morte de Igor, os policiais apresentaram à delegacia uma pistola calibre 9 mm, 139 sacolés de cocaína, três radiotransmissores e uma granada. A arma, segundo os PMs, estaria com o suposto traficante. A investigação do caso só foi transferida para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense uma semana depois, a partir da denúncia da família de Juan de que o garoto havia desaparecido.