PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Polícia

Suspeito do caso Juan é acusado de execução de ex-presidiário

10 jul 2011 - 07h56
Compartilhar

Um dos suspeitos da morte do menino Juan Moraes, 11 anos, em Nova Iguaçu, o cabo Edilberto Barros do Nascimento vai sentar no banco dos réus dia 20 em audiência no 4º Tribunal do Júri em Nova Iguaçu. Ele e mais três policiais do 20º BPM (Mesquita) são acusados da execução do ex-presidiário Júlio César Andrade Roberto, 23 anos, em 7 de julho de 2008, na localidade de Sebinho, Vila Norma, Mesquita.

A ONG Rio da Paz estendeu uma faixa em homenagem ao menino Juan de Moraes na areia da praia de Copacabana, na zona sul do Rio
A ONG Rio da Paz estendeu uma faixa em homenagem ao menino Juan de Moraes na areia da praia de Copacabana, na zona sul do Rio
Foto: Bruno Boppe / Futura Press

Assim como a ação no caso Juan foi registrada como auto de resistência ¿ quando há reação à ação da polícia - na 56ª DP (Comendador Soares), o mesmo ocorreu com a primeira versão da morte de Júlio, apresentada pelos policiais à 53ª DP (Mesquita). Segundo os PMs, Júlio teria entrado em confronto e morreu.

As semelhanças não param por aí. No caso Juan foram apreendidas pistola e drogas que estariam com Igor Afonso, 17, que morreu, acusado ser traficante. Na ação em que Júlio foi morto, com ele foi encontrado revólver e drogas.

Os policiais apontaram Júlio como bandido, ligado ao chefe do tráfico da região, Alexssander Oliveira, o Neto, e estaria com dois criminosos que atiraram. Parentes e moradores contestaram. Alegaram que Júlio estava desarmado e foi executado com tiro de fuzil. Dois dias depois do crime, os PMs teriam invadido a casa da mãe de Júlio, sem mandado judicial, e quebrado objetos, procurando testemunhas.

Em janeiro de 2009, o promotor André Ferreira João denunciou por homicídio qualificado, sem chance de defesa da vítima, o cabo Edilberto, o soldado Alexandro Claudomiro de Lima, o segundo sargento Carlos Gouveia da Silva e o soldado Jaílson Henrique de Lima. Logo após o crime, o grupo ficou 30 dias preso no Batalhão Prisional (BEP). Júlio havia sido condenado por tráfico e associação a pena de quatro anos e ficou preso três anos.

Os autos de resistência envolvendo PMs passarão a ser objeto de apuração da Corregedoria da corporação. O projeto será anunciado quarta-feira durante a inauguração da nova sede do órgão, em São Gonçalo. Um dos objetivos será acompanhar cada caso. Após análise, o policial envolvido poderá ser submetido a reciclagem ou até ser afastado da função.

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) indicam que o 20º BPM (Mesquita) - onde estão lotados os militares envolvidos na morte do menino Juan - apresentou índice elevado de autos de resistência. Em 2010, foram registradas 65 mortes em confrontos. De janeiro a maio deste ano, foram 22 casos.

PM já encerrou o caso de Júlio

Na Justiça, o caso de Júlio está longe de um desfecho. No laudo de exame do serviço de perícia em arma de fogo número 004364/2010 consta que ainda não havia sido feito o confronto balístico entre "as armas apreendidas com os policiais e os projéteis por ventura encontrados no corpo da vítima".

Para a PM, porém, o caso foi encerrado. O Conselho de Disciplina do 3º Comando de Policiamento de Área (Baixada Fluminense) decidiu, por unanimidade, que os PMs são inocentes. O caso foi arquivado em fevereiro do ano passado como foi publicado no boletim 34 da corporação.

Fonte: O Dia
Compartilhar
Publicidade