Em inauguração no RJ, Dilma não fala sobre queda de ministro
- Luís Bulcão
- Direto do Rio de Janeiro
A presidente Dilma Rousseff inaugurou nesta quinta-feira o Teleférico do Complexo Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Ela discursou por 17 minutos e não falou sobre a crise dos Transportes e a queda do ministro Alfredo Nascimento. As denuncias estão relacionadas ao suposto superfaturamento em obras, que resultaram na saída do político. Acompanhada do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, ela embarcou em uma gôndola na estação de Bonsucesso. Em seguida, fez uma parada na estação do Alemão e seguiu de volta para o Adeus, onde ocorreu uma cerimônia. Cerca de 100 populares aguardaram a chegada de Dilma no morro.
Dilma falou sobre a importância da obra que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "O teleférico é um símbolo do PAC. É o sinal de que não voltamos só a investir nas ferrovias e rodovias, que são muito importantes, mas que também passamos a fazer obras para mudar a vida das pessoas".
Ela ressaltou que junto ao teleférico, postos dos Correio e do INSS estão sendo instalados. Durante o discurso, Dilma mencionou o nome de Lula, dizendo que o ex-presidente levou carinho, amor e respeito à comunidade e provou que o País pode ser diferente. A presidente salientou a união entre os governos Federal, Estadual e prefeitura, e classificou o teleférico como "uma obra de mãos dadas".
"A comunidade terá direito as melhores tecnologias de transporte de massa". Ela também se referiu a arquitetura da obra e disse que o teleférico passa a ser um cartão de visitas do Alemão. Enquanto Dilma discursava, quatro atiradores de elite estavam posicionados em cima da estação do Morro do Adeus para fazer a segurança.
O governador Sérgio Cabral disse que a cultura do tráfico ainda não foi embora da região, mas afirmou que dois homicídios foram registrados desde que a comunidade foi pacificada no ano passado. "Isso aqui é praticamente uma cidade com 200 mil pessoas e isso é padrão de primeiro mundo".
Às 15h10, a presidente Dilma cumpriu seu último compromisso no Rio de Janeiro e visitou a sede da Força de Pacificação no Complexo do Alemão. Após conhecer as instalações, conversar e posar para fotos com militares, a presidente deixou a localidade sem falar com a imprensa. Dilma retornará a Brasília nesta tarde.
Teleférico funcionará a partir de segunda-feira
O público vai ter que esperar até segunda-feira para utilizar o teleférico, quando o serviço começa a funcionar ainda em horários especiais para adaptação. Nos dois primeiros meses, o embarque deverá ser gratuito.
Serão três fases antes do funcionamento padrão. No primeiro mês, serão dois turnos (9h às 11h e 14h às 16h) de segunda a sexta. No mês seguinte, cada turno ganha mais uma hora: de 9h às 12h e de 14h às 17h. "Nesse período, o acesso será gratuito para toda a população", ressaltou Carlos José Cunha, presidente da SuperVia, responsável pela operação e manutenção.
Em setembro, o sistema passa a funcionar das 8h às 18h. Só em outubro, o horário será definitivo: de 6h às 23h. A partir dessa data, moradores do Alemão cadastrados terão duas gratuidades e usuários de trens terão um embarque gratuito. Em outros casos, a tarifa será de R$ 1 por embarque.
Centros de inclusão
O vice-governador Luiz Fernando Pezão lembrou que as estações são centros de inclusão, onde diversos serviços estarão à disposição dos moradores. Haverá posto de atendimento do INSS, agência dos Correios, além de caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Foram seis meses de treinamento para os profissionais que vão trabalhar nas estações do teleférico do complexo. Por ter um sistema contínuo - as gôndolas não param - é necessário atendimento especial a portadores de necessidades especiais no embarque. Turistas poderão pagar R$ 10 para embarcar e desembarcar em todas as estações e ainda ficar com o bilhete de recordação.
Com informações de O Dia.
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