Homicídio de Juan é inaceitável e revoltante, diz ministra
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República divulgou uma nota nesta quarta-feira afirmando ser "inaceitável o homicídio bárbaro de uma criança, sendo o episódio ainda mais revoltante, com a evidência do envolvimento direto de agentes públicos". Assinada pela ministra-chefe da secretaria, Maria do Rosário, a nota foi divulgada após a confirmação do assassinato do menino Juan Moraes, 11 anos, no Rio De Janeiro.
Juan estava desaparecido desde o dia 20 de junho, após uma operação do 20º BPM (Mesquita) na Favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A secretaria afirmou que vem acompanhando a investigação, oferecendo proteção à vida dos familiares de Juan e que eles permanecerão sob proteção federal enquanto houver risco à sua integridade física. A nota foi concluída com uma cobrança ao governo do Estado do Rio.
"A expectativa da sociedade brasileira é que sejam tomadas todas as medidas para que os responsáveis não fiquem impunes. Nesse sentido, é fundamental que o governo do Estado do Rio de Janeiro atue de forma firme e competente para identificar os responsáveis, a exemplo do que fez no afastamento do delegado que acompanhava o caso e agiu inadequadamente diante dos fatos. O governo federal acompanhará de perto os desdobramentos para garantir justiça e evitar a impunidade", afirmou a nota.
Policiais estão afastados
A chefe da Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, anunciou a morte do menino no início da tarde dessa quinta-feira. Em entrevista coletiva, ela informou que o corpo encontrado na semana passada às margens do rio Botas e que havia sido identificado como de uma menina era, na verdade, de Juan. A confimação veio através de dois exames de DNA.
Além de homicídio, os policiais militares podem responder por ocultação de cadáver e fraude processual. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Flumimense, o pedido de prisão só será feito após a reconstituição, programada para sexta-feira.
Na tarde desta quarta-feira, o comandante da PM, Mário Sérgio Duarte, determinou que os quatro PMs que participaram da ação na comunidade sejam afastados do batalhão e transferidos para a Diretoria Geral de Pessoal por suspeita de envolvimento no crime. Ele disse, que se for comprovada a participação dos policiais, eles erão expulsos da corporação.