PUBLICIDADE

Polícia

PA: Ibama desmonta madeireiras onde extrativistas foram mortos

30 jun 2011 - 13h41
(atualizado às 13h43)
Compartilhar

O Ibama começou nesta quinta-feira a retirar o maquinário e mercadorias ainda existente em 12 madeireiras ilegais instaladas em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Com vasto histórico de ilegalidades contra o meio ambiente, elas tiveram suas licenças ambientais estaduais cassadas neste mês pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) a pedido do órgão ambiental federal. Segundo o Ibama, com o desmonte, extingue-se o pólo madeireiro ilegal, onde há cerca de um mês foram assassinados os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva.

Todos os equipamentos e produtos florestais serão destinados à prefeitura de Vigia (PA) e ao Exército, que, após a conclusão do processo de doação, utilizarão os bens em obras sociais no estado. "Esperamos que uma nova geração de madeireiras, comprometida com a lei e o meio ambiente, surja no lugar desta, que, apesar das constantes multas impostas, sempre persistiu nas atividades ilegais", disse o gerente do Ibama em Marabá, Paulo Vinícus Marinho, que coordena a desativação das empresa, ação que faz parte da operação Disparada.

Os antecedentes das madeireiras incluem 122 autos de infração, que somam R$ 5,1 milhões em multas aplicadas pelo Ibama entre 2006 e 2010. Entres as autuações, constam casos de venda e depósito de madeira ilegal, recepção de madeira de desmatamento e de explorações ilegais de florestas em terras públicas e privadas, além de corte e comercialização de castanheiras, espécie protegida por lei contra o uso madeireiro.

Ao todo, serão desativadas as empresas: Madeireira Bom Futuro Ltda, MP Torres e Cia Ltda, Madeireira Belmonte Ltda, Tedesco Madeira Ltda, Madeireira Eunápolis Ltda, Serraria Tico Tico Ltda, Sandra Coelho Santos Madeireira Ltda, Paulo Mendes Souza e Cia Ltda, Manoel Acácio Carneiro ME, PH Laminados e Compensados Ltda, Gilmar Rodrigues Silva ME e NS Filofo.

O desmonte do maquinário deve durar uma semana. A ação, que chegou à região no final de maio, já aplicou R$ 3,3 milhões em multas, apreendeu 770 m3 de madeira em tora, 630 m3 do produto serrado, embargou 315 hectares de áreas desmatadas e destruiu dezenas de fornos de carvão no Assentamento Praialta-Piranheira. A operação Disparada permanece na região por tempo indeterminado.

Pólo madeireiro ilegal foi fechado em região onde há cerca de um mês foram assassinados líderes extrativistas
Pólo madeireiro ilegal foi fechado em região onde há cerca de um mês foram assassinados líderes extrativistas
Foto: Divulgação
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade