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Rio: lei que anistia bombeiros que invadiram quartel é publicada

30 jun 2011 - 11h40
(atualizado às 12h24)
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Os mais de 400 bombeiros do Estado do Rio de Janeiro que invadiram o Quartel Central da corporação durante protestos por melhores vencimentos estão anistiados administrativamente, conforme lei publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial do Executivo, assinada por 50 deputados e sancionada pelo governador Sérgio Cabral.

Bombeiros realizam ato público em Brasília (DF) para exigir anistias que favoreçam os soldados presos no Rio de Janeiro. Manifestação ocorre após  recuo do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que admitiu hoje ter errado ao chamar os bombeiros grevistas de vândalos por conta da ocupação do Quartel Central da capital fluminense
Bombeiros realizam ato público em Brasília (DF) para exigir anistias que favoreçam os soldados presos no Rio de Janeiro. Manifestação ocorre após recuo do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que admitiu hoje ter errado ao chamar os bombeiros grevistas de vândalos por conta da ocupação do Quartel Central da capital fluminense
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Confira o salário dos bombeiros em cada Estado do País

A anistia foi anunciada e defendida pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Paulo Melo (PMDB). "A anistia era a meta do Parlamento. Um compromisso junto a uma categoria que tem um histórico de serviços prestados", definiu.

Também nesta quinta-feira, foram sancionadas e publicadas as leis que antecipam as parcelas de agosto a dezembro do reajuste aprovado há um ano para os policiais civis e militares, bombeiros militares e inspetores de segurança do Estado e que permitem o uso do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (Funesbom) para despesa de pessoal, permitindo o pagamento de remuneração por mérito, capacitação, exercício de encargos extradordinários, lotação e desempenho. A antecipação, aprovada pela Alerj na última terça-feira, concederá às categorias, em julho, um aumento de 5,58%.

O projeto de lei foi aprovado com texto original, sem a adição de emendas. Na ocasião, o líder do governo na Casa, deputado André Corrêa, alegou que algumas das propostas, como a que concedia vale-transporte aos bombeiros, serão concedidas via decreto.

Câmara aprova anistia

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal aprovou a anistia nesta quinta-feira. A proposta segue para o Senado. O texto aprovado é um substitutivo do presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Mendonça Prado (DEM-SE). Segundo Prado, a anistia dos bombeiros militares mostrou a capacidade da Câmara de reunir todos os partidos políticos para fazer justiça. A votação da proposta foi uma estratégia elaborada na noite de quarta-feira por deputados cariocas, por líderes dos partidos e pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Segundo o presidente da CCJ, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), como o assunto foi acordado entre todos os partidos, a comissão dispensará as cinco sessões necessárias para enviar a proposta ao Senado. Ele ressaltou, porém, que a questão não pode abrir precedentes para tramitação. O texto aprovado inclui os bombeiros do Rio na anistia concedida pela Lei 12.191/10. Essa lei, por sua vez, anistia policiais e bombeiros militares de nove Estados punidos por participar de movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho ocorridos de 1997 a janeiro de 2010.

Bombeiros na cadeia

Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel do Comando-Geral da corporação, na praça da República, em 3 de junho. Os manifestantes chegaram a usar mulheres como escudo humano para impedir a entrada da cavalaria da Polícia Militar no local. No entanto, o Batalhão de Choque da PM (Bope) invadiu o quartel por volta das 6h do dia seguinte e prendeu 429 bombeiros e dois PMs.

Após os manifestantes acamparem em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), foi concedido habeas-corpus aos detidos e os bombeiros começaram a ser libertados na noite de 10 de junho. No dia 13, a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público e tornou réus os 431 militares por motim, dano em material ou aparelhamento de guerra, dano em aparelhos e instalações de aviação e navais e em estabelecimentos militares.

A situação vinha se tornando mais tensa desde maio, quando uma greve de guarda-vidas, que durou 17 dias, levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo encerrada por determinação da Justiça. Segundo eles, os profissionais recebem cerca de R$ 950 por mês.

Fonte: Terra
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