RS terá dia de combate à homofobia e libera uso de nome social
29 jun2011 - 19h00
(atualizado às 19h20)
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O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), instituiu o dia 17 de maio como o Dia Estadual de Combate à Homofobia. O decreto foi publicado no Diário Oficial e entrou em vigor hoje. Conforme Tarso, os "direitos da diversidade sexual constituem direitos humanos e sua proteção requer ações efetivas do Estado no sentido de assegurar o pleno exercício da cidadania e a integral inclusão social da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT)".
No decreto, o governador afirmou também que estipulou o dia 17 de maio por ser o Dia Internacional de Combate à Homofobia e se tratar da data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças. Tarso Genro também decretou que os travestis e transexuais poderão escolher o seu nome social, independentemente do registro civil, sendo que o nome civil será exigido apenas para usos internos.
As escolas da rede de ensino público do Rio Grande do Sul ficam autorizadas a incluir o nome social de travestis e tansexuais nos registros escolares para "garantir o acesso, a permanência e o êxito desses cidadãos no processo de escolarização e de aprendizagem". Pelo decreto, os órgãos públicos do Estado deverão, no prazo de 90 dias, promover as adaptações nas normas que entraram em vigor hoje.
O governo gaúcho ainda estipulou que "caberá à Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, por intermédio da Coordenadoria Estadual de Diversidade Sexual, coordenar a realização de atividades e de debates alusivos a esta data", assegurando a realização da II Conferência Estadual LGBT. Em nota, a Associação Brasileira de LGBT disse que o ato foi "um belo exemplo para outras unidades da federação que ainda não têm políticas públicas para a comunidade LGBT".
O "Beijaço contra a homofobia" reuniu cerca de 100 pessoas no centro de Porto Alegre (RS) nesta quarta-feira
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
Gylian Vinicius Cidade, um dos organizadores do ato, gritou palavras de ordem contra a discriminação sexual
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
Promovido pela Assembleia Nacional dos Estudantes ¿ Livre! (Anel), o ato integrou homossexuais e simpatizantes na capital gaúcha
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
O "Beijaço contra a homofobia" reuniu cerca de 100 pessoas na Esquina Democrática, tradicional ponto de manifestações da capital gaúcha
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
Os manifestam exigem a aprovação do Projeto de Lei (PL) 122, de autoria da ex-deputada Iara Bernardi, que pede a criminalização da homofobia
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Durante uma hora, os organizadores do beijaço distribuíram panfletos, gritaram palavras de ordem contra a discriminação, conversaram com as pessoas e promoveram um beijo coletivo duas vezes
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
O Brasil tem a maior parada gay do mundo, mas é recordista em agressões e assassinatos homofóbicos
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
Segundo o relatório Anual de Assassinato de Homossexuais de 2010 realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), foram documentados 260 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no País no ano passado
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
No topo da lista, a Bahia é o Estado que mais registra atos de violência contra gays, com 29 homicídios. O Rio Grande do Sul está na 20ª posição, com quatro assassinatos
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no dia 5 de maio de 2011 pelo reconhecimento de união estável entre pessoas do mesmo sexo
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
Anderson Souza e Vagner Carvalho, juntos há 6 anos, pretendem oficializar a união estável nos próximos meses
Foto: Mauricio Tonetto / Terra
Com o julgamento do STF, os magistrados abriram espaço para o direito a gays em união estável de terem acesso a herança e pensões alimentícia ou por morte, além do aval de tornarem-se dependentes em planos de saúde e de previdência