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Política

Escândalo dos aloprados é 'história fantasiosa', diz Mercadante

28 jun 2011 - 11h57
(atualizado às 12h57)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, negou nesta terça-feira qualquer participação da articulação para que militantes petistas utilizassem R$ 1,75 milhão, em setembro de 2006, para a compra de supostos dados comprometedores de José Serra. O episódio, conhecido como "escândalo dos aloprados", foi classificado pelo ministro como "história fantasiosa" em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

No depoimento, Mercadante disse que a montagem do suposto dossiê era um "lamentável episódio" e relembrou que tanto o procurador-geral da República na época dos fatos, Antonio Fernando de Souza, quanto o próprio plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entenderam, ao analisarem o caso em 2007, que não havia indícios da participação do então candidato ao governo de São Paulo no episódio. Os magistrados determinaram o arquivamento do inquérito contra Mercadante a eventual participação na venda do dossiê contra Serra e entenderam que a Polícia Federal, responsável pela investigação do caso, não tinha competência para indiciá-lo, como fez, pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais.

Ao explicar o caso, Aloizio Mercadante negou ainda qualquer articulação com o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, apontado pela revista Veja, ao lado do ministro, como mentor do "escândalo dos aloprados". O tucano José Serra, alvo dos supostos documentos falsos, disputava as eleições ao Palácio dos Bandeirantes com Mercadante e Quércia.

"Jamais procurei Orestes Quércia. Nunca tratamos, muito menos na campanha política, de qualquer relação pessoal. Não para de pé, do meu ponto de vista, essa ilação. Todo mundo sabe em São Paulo que nós não éramos próximos. Jamais articulei qualquer questão com o Quércia", disse o ministro de Ciência e Tecnologia no Senado.

"Por que (a denúncia sobre os aloprados) volta hoje? Porque Quércia está morto. Se o Quércia estivesse vivo, ele estaria aqui? A oposição convocaria o Quércia para prestar esclarecimentos? Se o Quércia estivesse vivo, ele estaria desmentindo aqui", completou Mercadante.

O comparecimento de Mercadante ao Senado se valeu de um antigo requerimento que pedia seu depoimento no Congresso para falar sobre o Plano Nacional de Ciência e Tecnologia.

Convocação

Independentemente das explicações de Mercadante, o PSDB anunciou que vai protocolar requerimentos para tentar a convocação da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e para convidar o ex-deputado e atual secretário de Educação Especial do Ministério da Educação, Carlos Abicalil, a fim de que ambos esclareçam uma eventual articulação para a divulgação do suposto dossiê anti-Serra.

De acordo com reportagem da revista Veja, Ideli teria participado de negociações para a compra do dossiê na corrida eleitoral de 2006, enquanto Abicalil já teria atuado anteriormente na fabricação de um outro dossiê, desta vez contra os senadores Serys Slhessarenko (PT) e Antero Paes de Barros (PSDB), supostamente tendo sido contratado pelo ex-governador do Mato Grosso e atual senador Blairo Maggi (PR).

Fonte: Terra
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