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Política

SP: coordenador de Saúde pede demissão após denúncia de fraude

20 jun 2011 - 13h15
(atualizado às 13h17)
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O coordenador de Serviços da Saúde de São Paulo, Ricardo Tardelli, pediu demissão na manhã desta segunda-feira, após denúncias de que teria conhecimento de um suposto esquema de fraudes em escalas de plantões médicos em hospitais do Estado. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, Tardelli afirmou que deixou o cargo para dar maior transparência às investigações sobre o caso.

Conforme reportagem do Fantástico, mais de 70 profissionais da área da saúde foram investigados pela polícia e pelo Ministério Público por suspeita de desvio de dinheiro público. Na última quinta-feira, 12 pessoas, entre médicos, enfermeiros, dentistas e empresários, foram presas acusadas de participar de um esquema que fraudava o pagamento de plantões em 12 hospitais de Sorocaba, Itapevi e São Paulo. Um suspeito continuava foragido.

Na noite de ontem, o secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, Jorge Pagura, já havia pedido demissão. Médico especialista em neurocirurgia, Pagura teria recebido pagamento por plantões não trabalhados no Hospital Regional de Sorocaba (SP), antes de assumir a secretaria.

Em gravação telefônica autorizada pela Justiça, Tardelli sugere que as fraudes não ocorrem apenas em Sorocaba e estão espalhadas por todo o Estado. Segundo ele, o problema aconteceria "em todo lugar". Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, Tardelli negou que tenha conhecimento de qualquer esquema fraudulento.

A assessoria informou ainda que a secretaria já determinou uma auditoria dos plantões implantação de um ponto eletrônico em todos os hospitais estaduais.

Operação Hipócrates

Na última quinta-feira, 12 pessoas foram presas acusadas de participar de um esquema que fraudava o pagamento de plantões em 12 hospitais de Sorocaba, Itapevi e São Paulo. Todos os presos eram médicos, enfermeiros e dentistas.

As investigações tiveram início em setembro do ano passado e, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram motivadas pela suspeita de fraudes em processos licitatórios, pagamentos de plantões, compras irregulares de mercadorias e dispensa de funcionários em hospitais estaduais.

A operação, que recebeu o nome de Hipócrates, foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Grupo Antissequestro, ambos de Sorocaba, com apoio da Polícia Militar. De acordo com o Ministério Público, a organização criminosa, que era chefiada pelo ex-diretor do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) Ricardo José Salim, desviava verbas destinadas ao pagamento de plantões a servidores do hospital, direcionando-as para beneficiários que não cumpriam suas jornadas de trabalho.

Segundo o Ministério Público, as investigações também revelaram a existência de funcionários fantasmas e a prática de falsificações, estelionato e fraudes em licitações, com o favorecimento e o direcionamento dos certames. Além de Salim, também foi preso o atual diretor do CHS, Heitor Fernando Xediek Consani.

Os suspeitos vão responder pelos crimes de peculato, formação de quadrilha, crimes em licitação, quebra de sigilo da lei de interceptação, tráfico de influência e falsificação de documentos públicos e particulares.

Fonte: Terra
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