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PR: Marcha Pela Liberdade acontece com tranquilidade

18 jun 2011 - 14h00
(atualizado às 15h51)
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Joyce Carvalho
Direto de Curitiba

Cerca de 200 pessoas, conforme contagem da Polícia Militar, estiveram na concentração para a Marcha pela Liberdade de Expressão, que está sendo realizada neste sábado em Curitiba (PR) A marcha transcorria com tranquilidade. A Polícia Militar e a Guarda Municipal estavam acompanhando e coordenando o trânsito.

A marcha passou pelas ruas do centro e tumultou um pouco o tráfego. Por diversas vezes os manifestantes pararam no meio da rua e fizeram declarações. Uma delas lembrou a opressão do Estado, citando como exemplo a prisão dos 400 bombeiros que invadiram o quartel general do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro.

O número de participantes está bem abaixo das 2,5 mil pessoas esperadas pela organização da marcha, que ainda havia divulgado que cerca de 1,3 mil pessoas haviam confirmado presença na mobilização por meio de redes sociais. Muitos curiosos acompanharam a movimentação.

A Marcha pela Liberdade de Expressão, em Curitiba, reúne diversos movimentos sociais. Todos se uniram no evento para pedir mais espaço para os debates de suas causas dentro da sociedade. A mobilização ganhou "sinal verde" depois da liberação da promoção da Marcha da Maconha pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta semana.

Na capital paranaense, o grupo favorável à legalização da maconha fez parte do rol dos movimentos presentes na marcha, mas não foi o único assunto em que os manifestantes pediram atenção.

"Aqui estão presentes outros movimentos, não só o coletivo da maconha. Todos estes movimentos estão levantando suas bandeiras. A marcha é pela democracia, pela liberdade e contra a criminalização dos movimentos sociais", comentou César Fernandes, psicólogo e um dos organizadores da Marcha pela Liberdade de Expressão em Curitiba.

De acordo com ele, as redes sociais foram importantes não apenas para a mobilização dos participantes. Elas se tornaram um espaço para a crítica, o questionamento e a opinião da sociedade. "Esta pressão que está sendo feita pelas mídias pela liberdade se tornou reflexo do que aconteceu no STF. São mobilizações populares, que estão dando certo, que querem diálogo sobre seus temas, sejam quais forem", contou Fernandes.

Ele citou que a própria Marcha pela Liberdade de Expressão está pedindo espaço inclusive para outras manifestações, como a que aconteceu também hoje pela manhã no centro de Curitiba. Reunindo igrejas evangélicas e outras entidades, houve uma mobilização contra as drogas no calçadão da Rua XV de Novembro, entre a Boca Maldita (local tradicional de protestos em Curitiba) até a Praça Santos Andrade.

Por causa desta manifestação contra as drogas, foi solicitada à organização da Marcha pela Liberdade de Expressão a mudança no trajeto, que foi definido entre a Praça Rui Barbosa e o Centro Cívico.

A união de diversos movimentos foi destacada também pela estudanteFrancine Leal, de 20 anos. "Todo mundo está aqui por um objetivo: a causa das minorias. Todos se reúnem e acabam conhecendo um pouco do ponto de vista de cada um", explica.

Clarissa Herrig, também estudante de 20 anos, lembra que a liberdade de expressão permite a discussão de uma série de assuntos, incluindo as políticas públicas "sem a pressão da classe governante". Clarissa comemorou a recente decisão do STF. "Antes, a gente tinha medo de apanha"¿, afirmou a estudante, sobre os protestos envolvendo assuntos polêmicos. Ela esteve na última marcha pela liberdade realizada em Curitiba, no final do mês de maio, após a proibição da justiça local para a promoção da Marcha da Maconha. Mesmo com outro nome, os manifestantes na ocasião fizeram uma mobilização a favor da legalização do uso da droga no País. "Mas a luta pela legalização ainda continua. A discussão está aberta", considera.

O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGT), Toni Reis, também participou da Marcha pela Liberdade de Expressão neste sábado. Ele escolheu especialmente para a ocasião uma camiseta com a frase "Liberdade para Amar".

"É muito legal ver estes jovens todos participando. Eu mesmo já participei de muita mobilização como esta. O que é mais bacana é a horizontalidade do movimento. O STF tem se tornado a nossa vanguarda. Está sendo referência para a gente com as decisões sobre a marcha e a união estável nas relações homoafetivas", ressalta Toni Reis, um dos primeiros a firmar a união estável em cartório no País, com seu companheiro David Harrad. Os dois estão juntos há mais de 21 anos.

A marcha transcorria com tranquilidade
A marcha transcorria com tranquilidade
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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