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Polícia

PM é acusado de assassinar jovem em UPP na zona sul do Rio

15 jun 2011 - 10h04
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A polícia investiga denúncia de assassinato feita contra um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O morador André de Lima Cardoso Ferreira, 19 anos, foi morto com um tiro na madrugada de domingo, e sua família garante que ele não era traficante. O policial, porém, afirma que apenas revidou um disparo feito pelo rapaz, com quem teria apreendido drogas e um revólver.

Segundo a companheira de André, uma jovem de 16 anos que está grávida de nove meses, o rapaz a deixou perto de uma festa no morro, por volta das 2h, para comprar um lanche. Ela voltou para casa e, minutos depois, foi avisada por vizinhos que ele havia sido baleado por policiais. "Ele foi morto na covardia porque não usava drogas, não vendia, não tinha envolvimento nenhum", afirmou a menina, que namorava André desde 2007 e há um ano havia o chamado para morar com a família dela na favela.

Pedido de ajuda

Através da associação de moradores, parentes da jovem e de André, que antes morava em Jardim América, pediram ajuda à Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, ONG que acompanha casos de abuso policial.

Representantes da entidade levaram ontem a mãe e a mulher de André à 13ª DP (Ipanema), onde prestaram depoimento. "Médico do Hospital Miguel Couto disse que o tiro acertou meu filho nas costas", contou a mãe, a manicure Missilene Maria de Lima.

Os policiais que participaram da ação apresentaram na delegacia 63 sacolés de cocaína e um revólver calibre 32. O comandante da UPP, capitão Leonardo Nogueira, confirmou a versão dos subordinados. "Esse rapaz estava com outros traficantes e fez um disparo contra a minha guarnição", afirmou o oficial.

Polícia pede a ajuda de testemunhas

Com a versão apresentada ontem pelos parentes da vítima - de que André não era traficante e trabalhava desde abril em hipermercado do Norte Shopping -, a polícia passou a buscar testemunhas do suposto tiroteio na favela.

"Vamos procurar alguém que tenha visto o rapaz realmente atirando contra os policiais. Denúncias irão nos ajudar e também devemos fazer uma reconstituição do crime", explicou o delegado Carlos Abreu.

Fonte: O Dia
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