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Bombeiros do Rio definem proposta para anistia e aumento

13 jun 2011 - 18h52
(atualizado às 19h02)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

Após reuniões com deputados favoráveis ao movimento grevista no Rio de Janeiro, os bombeiros definiram uma proposta para garantir a anistia administrativa, no âmbito do Estado, e militar, em nível federal, para os 439 oficiais presos na invasão do quartel do Comando Geral dos Bombeiros, na praça da República, em 3 de junho. Eles também definiram valores para o aumento do piso salarial, concessão de vale-transporte e fim das gratificações.

Bombeiros que foram presos respondem pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar, dano a estabelecimento e inutilização do meio destinado a salvamentos
Bombeiros que foram presos respondem pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar, dano a estabelecimento e inutilização do meio destinado a salvamentos
Foto: Gabriel Macieira / Especial para Terra

Confira o salário dos bombeiros em cada Estado do País

Eles vão apresentar na terça-feira, em reunião com a base governista da Assembleia Legislativa do Rio, uma proposta para adiantar o aumento do salário, previsto para 2014. Ela sugere o piso do soldado em R$ 1.584,00. Além do adiantamento, os bombeiros querem um reajuste de 33,32%, o que deixaria o salário em R$ 2.111,00. De acordo com o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol),o grupo busca um acordo, sem ter que levar a proposta a plenário.

A alternativa seria uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), em âmbito estadual, que teria que ir a votação. "Como o governador Sérgio Cabral (PMDB) anunciou que queria punir e fez isso logo após o ato dos bombeiros, nós resolvemos usar um instrumento. Se o governo decidir recuar, nós também recuaremos", afirmou Freixo. Segundo ele, o adiantamento de 5,58%, que seria concedido em dezembro mas foi adiantado, não contempla a proposta.

Bombeiros na cadeia

Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel do Comando Geral dos Bombeiros, na praça da República, em 3 de junho. O Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu o local e prendeu 439 bombeiros. Eles respondem pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro).

Os bombeiros prosseguem com os protestos, e acamparam em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até que os detidos começaram a ser libertados, em 10 de junho. Eles não aceitam a proposta de reajuste de 5,58% oferecida pelo Estado e pedem ainda a anistia geral (criminal e administrativa) dos bombeiros presos.

A situação vinha se tornando tensa desde maio, quando uma greve de guarda-vidas, que durou 17 dias, levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo encerrada por determinação da Justiça. Os bombeiros alegavam não ter recebido contraproposta do Estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Os profissionais fluminenses recebem cerca de R$ 950 por mês.

Fonte: Especial para Terra
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