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Cidades

RJ: baixos salários empurram bombeiros para bicos de serviço

11 jun 2011 - 23h08
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Os baixos salários empurram os bombeiros para 'bicos'. Há 20 anos na corporação, o 2º sargento Paulo Nascimento, 42, paramédico do Grupamento de Socorro de Emergência do Catete, já trabalhou até de camelô. "Ganho R$ 2,8 mil. Para pagar as contas, dou aulas de Segurança no Trabalho e Primeiros Socorros em faculdades e cursos comunitários. No início, trabalhei de camelô na rodoviária de Campo Grande".

A negociação com o governo do Estado só avançará com a anistia dos militares que foram presos, de acordo com o capitão Lauro Boto
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Foto: José Carlos Pereira de Carvalho / vc repórter

O cabo Jorge de Oliveira, 41 anos, do 2º GMAR, limpa piscinas: "Com um salário líquido de R$ 1.150, não conseguiria adquirir um bem material sem o 'bico'".

Meta é igualar salário ao do DF

Um outro reajuste salarial de bombeiros, PMs e policiais civis está em discussão na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. Os parlamentares estudam as PECs 300/08 e 446/09, que estabelecem piso nacional e igualam os salários dos servidores de todo País aos do Distrito Federal, onde o piso dos militares é de R$ 4,8 mil - quatro vezes maior que o do RJ, com o aumento já incluído. A equiparação foi uma das exigências dos bombeiros, que, há 10 dias, invadiram o QG.

A Secretaria de Planejamento explicou que os militares do DF são pagos por fundo constitucional e que estados têm autonomia para estabelecer políticas de Recursos Humanos.

A inflação vai corroer o reajuste

Considerando a inflação anual de 6% ao ano, o reajuste de 5,58% concedido pelo governo aos bombeiros, PMs, policiais civis e agentes penitenciários vai representar, ao final de quatro anos, um ganho real de 22,7%. Isso significa, segundo o economista Marcos Henriger, que os R$ 2.077,23 que o soldado vai receber em dezembro de 2014 representará um poder aquisitivo de R$ 1.654,36.

Para o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), autor da PEC 300, a crise pode pressionar para que a votação da proposta entre logo na pauta.

Fonte: O Dia
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