PUBLICIDADE

Política

'Ele tem que se afastar', diz presidente do PT-RS sobre Palocci

6 jun 2011 - 12h14
(atualizado às 19h55)
Compartilhar

As lideranças do PT gaúcho se articulam pelo afastamento de Antonio Palocci da chefia da Casa Civil. Para Raul Pont, deputado estadual e presidente do PT do Rio Grande do Sul, Palocci, cujo patrimônio cresceu cerca de 20 vezes durante os quatro anos em que foi deputado federal, deveria sair do cargo para não prejudicar o governo. "Particularmente, entendo que ele tem que se afastar, para tirar esse tema de dentro do governo. A situação do Palocci não pode contaminar o governo", sustentou, em nota enviada ao Terra.

Ministro é acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência
Ministro é acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

"É uma denúncia pessoal que ele tem de responder. Se não tem respostas, então que se afaste do governo até que tudo seja investigado e esclarecido", defendeu Pont. O gabinete do deputado não informou se haverá uma manifestação formal do PT gaúcho em relação ao assunto para fazer pressão sobre a presidente Dilma Rousseff.

A crise Palocci

De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 15 de maio, semanas antes de assumir a chefia da Casa Civil Antonio Palocci (PT) comprou um apartamento em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Com os novos bens, o patrimônio do ministro teria se multiplicado 20 vezes em quatro anos. O ministro alegou que o lucro foi gerado por sua empresa de consultoria, a Projeto, dentro da legalidade e declarado à Receita Federal. No entanto, ele alegou que cláusulas de sigilo o impediam de revelar maiores detalhes sobre os contratos ou seus clientes.

Mas a onda de denúncias continuou. Na Câmara, o PSDB levantou suspeitas sobre a liberação rápida de cerca de R$ 9 milhões em restituição do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) logo após o primeiro turno das eleições de 2010 a uma empresa, a WTorre. Os valores, relativos aos anos-base 2007 e 2008, teriam sido liberados apenas um mês e meio após o pedido, em duas operações com diferença de quatro minutos entre uma e outra. Em contrapartida, segundo a oposição, a empresa teria financiado a campanha da presidente Dilma Rousseff no valor de R$ 2 milhões. A WTorre seria uma das clientes da empresa de Palocci.

A Procuradoria Geral da República pediu explicações ao ministro. Pressionado pela oposição e pela própria base para que apresentasse uma defesa em público, Palocci concedeu uma única entrevista sobre o tema. Na noite de 3 de junho, ele afirmou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que sua empresa não atuou com contratos públicos. O ministro disse que trabalhou em fusão de empresas, mas que nunca junto ao Banco Central, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou ao Ministério da Fazenda para resolver problemas das empresas que procuraram seus serviços.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade