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Dilma: subi 'Everest da burocracia' por casas na serra do RJ

3 jun 2011 - 18h05
(atualizado às 19h14)
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Rodrigo Teixeira
Direto do Rio de Janeiro

Quase cinco meses após os deslizamentos que deixaram quase mil mortos na região serrana do Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff (PT) assinou nesta sexta-feira, no Palácio da Guanabara, sede do governo do Estado, um "chamamento público" para a construção de 7,6 mil casas na área afetada, além de contenção de encostas e recuperação de pontes. As obras, com investimentos de R$ 688 milhões, iniciarão, segundo a presidente, após o governo ter subido e descido o "Everest da burocracia".

Dilma anunciou os investimentos entre o governador Sérgio Cabral e a ministra Miriam Belchior
Dilma anunciou os investimentos entre o governador Sérgio Cabral e a ministra Miriam Belchior
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR / Divulgação

As unidades habitacionais serão construídas pela iniciativa privada e, depois, compradas pelo projeto Minha Casa, Minha Vida. Segundo o governo do Estado, a demora no anúncio das obras se deu pela burocracia e pela demora por parte das prefeituras na desapropriação de terrenos para a construção das casas. De acordo com o subsecretário de Obras do Rio de Janeiro, Udson Braga, as obras nas encostas e pontes iniciam na segunda-feira. Já a construção de casas deve começar em outubro.

"Subimos e descemos duas vezes o Everest da burocracia. Hoje anunciamos o início dessas obras. Quero parabenizar essa brilhante parceria entre governo do Estado, governo federal e municípios. Temos que entender que, neste processo, levamos em conta dois aspectos. Em um primeiro momento, não podemos permitir que as pessoas ficassem em área de risco. Por isso, anunciamos 7,6 mil unidades habitacionais. Garantir que essas pessoas não voltarão a ocupar áreas de risco. Em um segundo momento, tem que levar em conta a contenção de encostas. Temos, dentro do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), orçamentos previstos para serem gastos, com drenagem e contenção de encostas. Temos que levar isso também em conta. Para que esses locais não fiquem prejudicados em seus acessos", disse a presidente.

O pacote de investimentos prevê R$ 80 milhões para pontes, R$ 147,6 milhões para encostas e R$ 450,7 milhões para unidades habitacionais e comerciais nos sete municípios que decretaram situação de emergência no início do ano: Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo, Sumidouro, Areal, Bom Jardim e São José do Vale do Rio Preto. A previsão de término das obras é dezembro de 2012. No evento, Dilma ressaltou que, dentro da segunda edição do PAC, serão construídas 2 milhões de moradias pelo Minha Casa, Minha Vida em todo o País.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), optou por não falar, passando a palavra para o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, o que tem sido praxe em eventos do tipo - especula-se que Pezão seja o candidato de Cabral para substituí-lo no governo do Rio nas próximas eleições. "Acho que esse é um dia histórico para todos nós. Estou muito satisfeito com a agilidade de seu governo, presidenta, naquele episódio. Nunca vi igual solidariedade. A presença da senhora nos primeiros dias, a ajuda do Exército e das empresas estatais foram extraordinárias. Esse programa que ultrapassa 7 mil residências, eu só tenho a agradecer. É uma conquista de todos nós. Lembro da senhora falando de transformar esse episódio em um sistema de reconstrução da região serrana. Digo que temos muito a fazer, mas esse é um dia de agradecimento", disse.

Na ocasião, Cabral fez um convite para a inauguração, no próximo mês, de 800 casas construídas após os deslizamentos de terra que deixaram 53 mortos em Angra dos Reis no Revéillon de 2010.

Tragédia na região serrana

As fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 de janeiro de 2011 provocaram enchentes, deslizamentos de terra e mataram oficialmente 905 pessoas. Mais de 300 foram consideradas desaparecidas. As cidades mais atingidas pelos temporais foram Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), chuvas com tal intensidade - algumas estações registraram quase 300 mm de precipitação em 24 horas - têm probabilidade de acontecer apenas a cada 350 anos.

Fonte: Especial para Terra
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