SP: polícia investiga mais de 100 por roubo a caixas eletrônicos
- Vagner Magalhães
- Direto de São Paulo
Após a prisão de oito pessoas - entre eles quatro policiais militares -, a Polícia Civil de São Paulo informou nesta terça-feira que investiga quatro quadrilhas, com mais de 100 homens, responsáveis pela explosão de caixas eletrônicos e outros crimes contra o patrimônio. Um grupo que seria responsável pelo furto a sete caixas foi alvo de operação do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) hoje.
Entre os que foram presos está o soldado João Paulo Vitorino de Oliveira, apontado como o líder de um dos bandos. Dessa quadrilha, a polícia diz ter prendido 26 pessoas desde que começaram as investigações, há cerca de um mês. Oliveira estava nos quadros da polícia desde 2002. O mais antigo estava há mais de 25 anos na corporação. Outro preso nesta terça é um ex-PM, expulso na corporação no início deste ano após agredir outro policial durante uma briga de trânsito.
De acordo com o delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Deic, as quatro quadrilhas têm ramificações entre si. "Se não fosse a burocracia, seriam ao redor de 70 mandados de prisão cumpridos hoje. É preciso muita papelada, que impede que possamos agir mais rápido", disse. "Nos próximos dias, vamos prender muito mais gente", afirmou.
Um dos presos está envolvido na morte do soldado Militão Estevão Xavier, da Polícia Militar, no último dia 14 de abril. Ele foi baleado com um tiro de fuzil na zona sul da capital paulista durante a fuga de uma quadrilha que tentava furtar um caixa eletrônico de uma agência bancária. Outro policial atingido foi ferido.
Outro detido se envolveu em uma sequência de três tiroteios após outra tentativa de furto, no Ipê Clube. Dois assaltantes e um vendedor de pamonha foram atingidos e morreram. Dois policiais ficaram feridos sem gravidade.
Edson Silvestre, subcorregedor da Polícia Militar, diz que nem todos os roubos a caixas eletrônicos tem a participação da corporação. "Eles não praticam a ação, mas agem na cobertura, em regra. A Corregedoria tem informações de que agem assim e investiga quando recebe algum tipo de denúncia", disse.
Silvestre afirmou que é inconcebível a participação de policiais militares na prática de qualquer delito. "Não pode um servidor público praticar os atos que ele deveria reprimir. É pequena a parcela que age assim e não se tolerará de maneira alguma esse tipo de conduta. Quem tiver informação, denuncie", afirma.