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Vazamento é registrado em unidade da Braskem em Maceió

21 mai 2011 - 21h35
(atualizado em 22/5/2011 às 00h09)
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Odilon Rios
Direto de Alagoas

Um vazamento de cloro foi registrado na unidade da Braskem em Maceió, por volta das 19h40 deste sábado. O vazamento atingiu 130 pessoas, 30 das quais foram encaminhadas para atendimento no Hospital Geral do Estado. Uma delas está em estado grave. Segundo o Corpo de Bombeiros, cinco viaturas da corporação e uma unidade do Samu foram deslocadas para o bairro do Pontal da Barra, na capital, para atender os atingidos.

Segundo os Bombeiros, houve um pequeno vazamento na direção da praça Pingo d'Água, no bairro Trapiche da Barra, em direção ao conjunto Virgem dos Pobres, saindo da Braskem. Um integrante dos Bombeiros passava pelo local, viu pessoas desmaiando com o forte cheiro de cloro e levou algumas delas no próprio carro.

Funcionários do Hospital Geral do Estado informaram que pelo menos 20 crianças deram entrada no hospital com falta de ar e ardência nos olhos. Após passar pelo trapiche da Barra em direção ao Virgem dos Pobres, a nuvem de cloro sobrevoou a lagoa Mundaú e se dissipou, mas no final da noite ainda havia registros de um forte cheiro de cloro nos bairros em um raio de até 3 km da fábrica.

De acordo com a assessoria da Braskem, houve um "incidente, por volta das 19h40, mas ainda não se sabe a extensão disso. Não houve uma explosão, não existem feridos e as pessoas não precisam se preocupar nem sair de suas casas. É importante tranquilizar a população". "A planta da Braskem funciona normalmente", disse a assessoria. As causas do vazamento estão sendo apuradas.

Casos não são novidade

No dia 28 de outubro de 2006, cerca de 1,2 mil m³ de salmoura contendo sódio e cloro vazou de um tanque, se espalhando pelas repartições da empresa e contaminando o lençol freático. Em outubro de 2010, vazamentos de dicloretano (DCE) contaminaram o lençol freático do Pontal da Barra - local onde funciona a unidade da Braskem -, segundo o Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos de Alagoas e Sergipe.

De acordo com o sindicato, foram três vazamentos - o primeiro após a reação de eteno com cloro no sistema do reator, próximo a uma válvula de controle de um dos equipamentos da empresa. Depois, houve um problema na alimentação de entrada de um dos tanques destinados a estocar temporariamente o DCE. O terceiro vazamento ocorreu na bomba de transferência de DCE, que puxa o produto do tanque e envia para outro sistema do processo industrial.

MPF apura vazamentos da Braskem na Bahia

O Ministério Público Federal da Bahia abriu, no início de maio, inquérito civil público para apurar danos ambientais decorrentes da emissão de gases tóxicos pela Braskem, unidade do polo petroquímico de Camaçari. O MPF investiga um acidente ocorrido na unidade em janeiro de 2010. Pediu informações ao Instituto do Meio Ambiente (IMA) do Estado, para apurar se os gases tóxicos prejudicaram vidas humanas.

Não é a primeira vez que a unidade da Braskem em Camaçari registra acidentes. Em abril do ano passado, houve um vazamento de um dos reatores. Com a explosão, vidros em um raio de 300 metros foram destruídos. Não houve mortes.

Em dezembro de 2010, um outro acidente, desta vez com vítima. Um operário trabalhava na linha de vapor de alta pressão da Unidade de Insumos Básicos, da Braskem, quando houve o vazamento de uma linha de condensado de vapor d'água de uma das unidades. Mais três pessoas foram atingidas.

Fonte: Especial para Terra
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