PUBLICIDADE

Comissão examina radiação de carregamento de urânio na BA

18 mai 2011 - 20h06
(atualizado às 21h52)
Compartilhar

Uma comissão composta por autoridades locais, representantes da sociedade civil e técnicos do governo examinou nesta quarta-feira o nível de radiação de uma carga de 90 t de urânio que foi impedida de entrar na cidade de Caetité, interior da Bahia, no domingo.

"Durante o dia toda a comissão e os técnicos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) avaliaram os níveis de radiação. Vamos esperar os resultados, mas o que se pôde constatar é que não há condições para a armazenagem", disse Pedro Silva, chefe de comunicações da Prefeitura de Caetité.

No domingo, nove caminhões que transportavam o urânio de Iperó, cidade localizada a 126 km de São Paulo, foram impedidos por manifestantes de entrar em Caetité, onde a carga seria deixada junto à produção local do mineral para embarcar para Europa, para ser enriquecida.

Silva explicou que o material radioativo pertence às reservas da base da Marinha localizada em Iperó e foi "emprestado" para completar o "déficit de extração" de urânio na mina de Caetité, a única explorada no País. Em 2010, 180 t de urânio teriam sido extraídas, volume inferior às 300 t anuais da mina.

A carga se encontra em um batalhão da Polícia Militar da cidade vizinha Guanambí e "sem as condições mínimas de segurança para sua armazenagem", disse Silva. O porta-voz declarou que as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, confirmou que o concentrado de urânio tem "baixa radioatividade". "O que queremos saber é esse nível de radioatividade", informou o chefe de comunicação.

Segundo uma nota de imprensa da INB, o urânio enriquecido na Europa é utilizado como combustível nas usinas nucleares de Angra dos Reis, e a carga impedida de entrar em Caetité "não é material radioativo", pois se trata de "urânio trabalhado em seu estado natural".

EFE   
Compartilhar
Publicidade