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Polícia

Traficante que usava aviões da FAB estava foragido há 12 anos

10 mai 2011 - 04h19
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A visita do Dia das Mães foi a senha para acabar com o disfarce e a fuga de um traficante internacional que vivia longe dos holofotes das autoridades havia mais de uma década. Integrante de quadrilha que, no fim dos anos 90, enviava milhares de quilos de cocaína para a Europa, usando aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), José Roberto Monteiro Zau, de 55 anos, foi preso no domingo à noite por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal.

O criminoso chegava de carro, um Prisma - que está registrado em nome da mãe -, para vê-la, quando foi abordado pelos policiais. Com uma fisionomia bem diferente da que qualquer banco de imagens poderia ter, o traficante ainda tentou escapar do cerco apresentando uma identidade falsa, que logo foi descoberta.

Zau usava o nome de Luís Felipe de Lemos Henriques, nome que ele teria adotado em Portugal, de acordo com informações obtidas pela PF. Mas o que chama a atenção é que a identidade falsa, nos cadastros do Detran, é referente a um homem que teria morrido em 6 de agosto de 2008.

Para piorar, descobriu-se que o laudo cadavérico número 5.843 (da suposta morte do tal Luís Felipe), que consta no registro de ocorrência 4353/2008, na 58ª DP (Posse), o corpo removido foi registrado com outro nome: Antônio de Souza Grillo.

Essas informações serão checadas pela Polícia Federal para saber por quanto tempo o traficante se passava por outra pessoa e desde quando ele estava no Brasil. A suspeita é de que ele tenha voltado ao País pela cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.

Ex-morador de Copacabana, Zau vivia num apartamento com a filha mais nova, de 17 anos, na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, a poucos metros do 6º BPM (Tijuca), sem levantar suspeitas. Desde o início do ano, a DRE estava com a missão de tentar capturar o traficante.

A ideia de que Zau poderia visitar a mãe numa data especial fez com que quatro agentes fossem até a porta do edifício dela, na Rua Carvalho Alvim, no mesmo bairro. Lá, ele acabou capturado. Seu mandado de prisão por tráfico internacional de drogas havia sido expedido pela 6ª Vara Federal Criminal. O bandido será julgado e, se condenado, poderá receber uma pena de até 30 anos de prisão.

O trabalho da PF para tentar prender Zau, na verdade, começou no fim da década de 90. E por pouco não aconteceu em 1999. Na época, o criminoso estava na cidade de Palma de Mallorca, na Espanha, à espera de um carregamento de 33 quilos de cocaína quase pura (98,96% de grau de pureza) que chegaria num avião da FAB.

Após sair do Rio e passar por Anápolis (GO), o Hércules C-130 fez uma última parada na Base Aérea de Recife, onde foi interceptado antes de seguir para o continente europeu. Naquela operação, um americano radicado no Rio de Janeiro e um tenente-coronel da Aeronáutica foram presos por tráfico internacional.

Fonte: O Dia
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