PSDB-SP elege presidente da executiva; demais ficam para 5ª
- Hermano Freitas
- Direto de São Paulo
O PSDB paulista elegeu neste sábado o deputado Pedro Tobias o novo presidente da executiva estadual da sigla, em convenção realizada na Assembleia Legislativa. Em seu primeiro ato a frente da executiva, ele adiou para a próxima quinta-feira, às 19h, a eleição dos outros 17 membros do comando do partido em São Paulo.
Tobias, integrante da chapa única formada por 105 membros do PSDB, foi eleito por aclamação pelos delegados da sigla aptos a votar. São eles: 3,2 mil membros das executivas municipais do interior do Estado, 47 membros do diretório nacional do partido que têm domicílio eleitoral em São Paulo, 22 deputados estaduais, 11 deputados federais e um senador.
A escolha da executiva estadual acontece em meio a uma crise que afastou seis vereadores da capital paulista, após divergências na escolha do presidente do diretório municipal tucano. Nos bastidores, especula-se que a eleição municipal de São Paulo de 2008 seja o pano de fundo da disputa, quando setores do partido apoiaram a reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM), aliado de José Serra, esvaziando a candidatura de Geraldo Alckmin, hoje governador de São Paulo.
Para mostrar unidade em meio à crise, Alckmin e Serra chegaram juntos à convenção, no início da tarde de hoje. Os discursos de ambos, porém, demonstraram o racha dentro do partido. Enquanto Serra optou por admitir a crise, inclusive "em nível federal", e cobrou união, Alckmin preferiu dizer que "há fragmentações". Sem citar nomes, o governador alfinetou o prefeito Gilberto Kassab, fundador da nova sigla PSD, dizendo que a "proliferação de partidos" e a "proximidade com as benesses dos governos" é prejudicial.
"Existe uma crise no PSDB, por que negar? Mas o que querem de nós, até o eleitor do PT, é que saibamos fazer oposição. O problema não é divisão no partido, mas honrar os votos que recebemos. O maior risco que as oposições correm é perder tempo com disputas fantasmas. Cadê o PSDB, como um todo, defendendo suas ideias?", disse o candidato derrotado à presidência da República. Já Alckmin chamou as divisões dentro do partido de "fragmentações", desmentindo o colega. "Não há crise no PSDB, o que existe é o PSDB resistindo. Eu sinto é ânimo do PSDB!", disse.
Apesar das divisões, a militância tentou dar um clima de festa à convenção. Questionado sobre o teor dos discursos, o deputado estadual mais votado do Estado, Bruno Covas, negou que os discursos exponham o racha. "Os dois discursos foram para cima", disse.