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Temporal no Rio deixa 13 mil alunos fora das salas de aula

27 abr 2011 - 02h17
(atualizado às 02h19)
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Os impactos da chuva alteraram a rotina de moradores da Grande Tijuca nas últimas horas. Escolas públicas e particulares sofreram com o temporal no Rio, e várias unidades tiveram que fechar suas portas na terça-feira. Mais de 13 mil alunos ficaram sem aulas. Comerciantes passaram o dia lavando lojas e contabilizando prejuízos. Enquanto isso, moradores, como a mototaxista Simone Barbosa, 23 anos - que sofreu descarga elétrica de poste num ponto de alagamento -, relembraram o drama da volta para casa, que começou na noite de segunda e se estendeu até a madrugada de ontem.

Localizado na Avenida Maracanã, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) foi um dos mais atingidos. Salas de aula do primeiro andar foram inundadas com o transbordo do Rio Maracanã, obrigando a direção a suspender as aulas de pelo menos 8 mil alunos. No site da escola, ontem à noite, havia a informação de que o imóvel estava passando por limpeza e que hoje também os estudantes estão dispensados. A cerimônia de formatura dos alunos do Ensino Médio, que ocorreria às 18h30, foi cancelada.

A Secretaria Estadual de Educação informou que ontem as aulas foram suspensas no Colégio Estadual Antonio Prado Júnior, na Rua Mariz e Barros, onde estudam 2.300 alunos. A previsão de retomada das aula é amanhã. Já a Secretaria Municipal de Educação comunicou, em nota oficial, que nove escolas e duas creches tiveram as aulas suspensas. Cerca de 2.200 crianças ficaram sem aulas, que deverão voltar ao normal hoje, com a realização das provas bimestrais agendadas.

O Instituto de Educação Superior (Iserj), ligado à Faetec, na Rua Mariz e Barros, na Praça da Bandeira, também teve as aulas suspensas. O Colégio Pedro II (unidade I), que tem 470 alunos, permaneceu fechado. Enquanto o Colégio Qi, da rede particular, funcionou parcialmente, pois muitos estudantes e professores não conseguiram chegar.

Prejuízo no comércio

Comerciantes da Tijuca e Praça da Bandeira dedicaram a terça-feira a limpeza de lojas e contabilização de prejuízos. Muitas lojas amanheceram tomadas por lama. Embora ainda não tenha uma estimativa das perdas dos lojistas, o vice-presidente da Associação Comercial da Tijuca, Jaime Miranda, afirma que o prejuízo beira os 100% na região. "Praticamente todas as lojas que ficam no térreo sofreram transtorno ou prejuízo."

Trabalho vira dormitório

A volta para casa entre a noite de segunda e a madrugada de ontem foi dramática para moradores da Tijuca. Enfrentar longos engarrafamentos e diversos pontos alagados foram apenas alguns dos obstáculos.

A mototaxista Simone Barbosa, 23, moradora da Usina, por pouco não se tornou vítima fatal da chuva. Ela tentava passar por um trecho alagado da Rua Conde de Bonfim quando recebeu uma descarga elétrica de um poste. "Fui puxada pela eletricidade. Fiquei levando o choque até cair. Não sentia minhas pernas, só a descarga elétrica. Gritei socorro, mas ninguém chegava perto. Até que um rapaz me puxou, ele chegou a receber parte da corrente", conta Simone, que foi levada para a UPA da Tijuca e liberada em seguida. "Foi um milagre. Na hora da descarga só pensava em viver para criar meu filho."

O comerciante Rogério dos Anjos da Silva, 31, ficou ilhado na loja na Praça da Bandeira. "Passei a noite em claro em cima do balcão. Fiquei vigiando se o nível da água subia mais. Foi a pior enchente que eu já vivi aqui". A estudante Marian Rodrigues, 24, que mora na Tijuca, voltava da faculdade no Centro. "Só consegui chegar em casa depois das 2h. Geralmente chego às 23h."

Equipes da Geo-Rio foram deslocadas para o local com o objetivo de fazer avaliação geotécnica da encosta
Equipes da Geo-Rio foram deslocadas para o local com o objetivo de fazer avaliação geotécnica da encosta
Foto: Douglas Shineidr / Futura Press
Fonte: O Dia
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