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Política

Militares temiam que igreja tomasse o poder na ditadura

22 abr 2011 - 08h26
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Tal era o ambiente conspiratório em que vivia o serviço de inteligência militar durante a ditadura (1964-85), que a Aeronáutica chegou a alertar as Forças Armadas sobre um suposto plano da Igreja Católica de São Paulo para "a derrubada do governo", se necessário "com um confronto armado", para criar um Estado religioso independente do Vaticano. As informações pertencem a um relatório confidencial de dez páginas produzido em outubro de 1980, no governo de João Figueiredo, pelo quartel-general do 4º Comando Aéreo Regional da Aeronáutica, em São Paulo. O documento foi distribuído para o Exército e o Serviço Nacional de Informações, e obtido pelo jornal Folha de S. Paulo.

Visto como "uma crise de grandes proporções", o suposto plano recorreria a táticas como "facilitar ao máximo a penetração do pessoal gay nas funções governamentais", para conseguir "informação dentro dessas áreas, corrupção e adesão". Outras manobras seriam "o relaxamento do ensino público" e o "desvio das atenções das autoridades civis e militares", por meio de "festividades, inaugurações, assembleias públicas". Em outra ação, a igreja recrutaria um grupo de nordestinos e 12 mil coreanos, que estavam sendo na "recolhidos" na região central de São Paulo por kombis e levados para lugar desconhecido. Outro objetivo do plano seria "fomentar, através das artes, a confusão entre arte e imoralidade, incentivando nos jovens o maior uso do sexo livre e todo o tipo de coisas que atendem (atentem) aos bons costumes". O porta-voz da Arquidiocese de São Paulo, Antônio Aparecido Pereira, afirmou que o documento "é um delírio maluco, chega a ser ridículo".

Fonte: Terra
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