PUBLICIDADE

Polícia

Polícia busca atingir 'coração financeiro do tráfico' na Rocinha

19 abr 2011 - 13h23
(atualizado às 16h40)
Compartilhar
Gabriel Macieira
Direto do Rio de Janeiro

A Polícia Civil faz, desde as 6h desta terça-feira, uma megaoperação na maior favela do País, a da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro. Até as 13h, os policiais haviam apreendido cerca de 3 t de maconha e grande quantidade de material falsificado, incluindo 17,6 mil CDs e DVDs. Segundo a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, a ação tem como objetivo atingir atividades que financiam o tráfico de drogas na região. "Estamos tentando atingir o coração financeiro do tráfico", disse.

Segundo o delegado titular da 15ª DP, Rafael Wills, ao investigar suspeitos de ligação com o tráfico, os agentes descobriram empresas com o nome dessas pessoas, que não tinham um patrimônio compatível com a atividade. "São empresas financiadas com o dinheiro do tráfico", disse.De acordo com Wills, os traficantes usavam um taxista (preso na operação) para levar armamentos e drogas a favelas a mesma facção.

Segundo a Polícia Civil, essa foi a maior apreensão de CDs e DVDs já feita na favela. Somente com a apreensão da maconha, a Polícia acredita que os traficantes tenham sofrido um prejuízo de R$ 2 mihões a R$ 3 milhões.

Foram emitidos 22 mandados de prisão ao todo durante a operação. Das 11 pessoas detidas, sete foram presas em flagrante, isto é, não havia mandado prévio contra elas. As outras quatro foram capturadas em cumprimento dos mandados de prisão.

Na operação, foram apreendidos 30 animais silvestres, uma granada, uma máquina de caça-níqueis, 3 mil tênis, óculos, bonés, bolsas e mochilas falsificados. A polícia investiga cinco empresas de fachada que serviriam para lavagem de dinheiro do tráfico na região.

A ação tem como alvos principais o chefe do comércio de entorpecentes no local, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e o líder de uma das associações de moradores da comunidade, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão. De acordo com o Ministério Público, Feijão é um dos principais laranjas da quadrilha chefiada por Nem. Policiais estiveram em um prédio de cinco andares na Vila Verde, mas o líder não foi encontrado. No local, foram apreendidos documentos que podem auxiliar nas investigações. Parentes de Feijão, que teriam envolvimento com lavagem de dinheiro, também são procurados.

Feijão foi procurado em outros dois locais na Estrada da Gávea: um lava-jato e uma loja de auto-peças, que também seriam de sua propriedade, mas não nada foi encontrado. De acordo com o delegado Felipe Curi, um caminhão que transportava gelo foi apreendido.

Três dos 11 presos foram identificados como Tairane Manhense Moreira Alexandrino, Fábio da Silva Encomoção e Wagner Luís Oliveira. Segundo a Polícia Civil, Tairane seria braço direito de um dos chefes do tráfico na favela. Já Oliveira era fogueteiro e foi encontrado com uma granada na mão.

A operação conta com o auxílio de helicópteros que enviam imagens para um veículo com capacidade de transmissão para a base de operações na Lagoa e para a chefia de polícia. Um Caveirão também apoia a ação. Cerca de 200 agentes estão na comunidade.

Durante a operação, houve a suspeita de que policiais tenham repassado informações sigilosas sobre as investigações para os suspeitos. Questionada sobre a possibilidade, a delegada Martha Rocha disse desconhecer qualquer indício de vazamento. "Não sabemos de nenhum vazamento de dentro da Polícia Civil sobre a operação", disse.

Com informações de O Dia e Jornal do Brasil.

Megaoperação tenta prender líderes do tráfico de favela
Megaoperação tenta prender líderes do tráfico de favela
Foto: Ricardo Moraes / Reuters
Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade