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Polícia

Não sou responsável pelas mortes, diz atirador em vídeo

15 abr 2011 - 16h16
(atualizado às 16h29)
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Em uma série de cinco vídeos divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, o atirador Wellington Menezes de Oliveira, que invadiu a escola municipal Tasso da Silveira, zona oeste do Rio, e matou 12 crianças, alega que não é o responsável pelas mortes dos alunos e por sua própria morte.

Em um dos vídeos, Wellingon lê uma carta na qual afirma que é contra as guerras e "atos de violência sem motivo justo". "E também quero deixar bem claro que eu não sou responsável por todas as mortes que ocorrerão, embora meus dedos serão responsáveis por puxar o gatilho", completa.

Oliveira diz que a culpa das mortes que ele causou, inclusive a própria, é das pessoas que ridicularizam os outros. "Cada vez que vocês verem (sic) alguém ridicularizando uma pessoa pela sua aparência física, vestimenta ou qualquer que seja o motivo, cada vez que verem alguém sendo humilhado e agredido injustamente (...), lembre-se que esse tipo de pessoa foram (sic) responsáveis por todas essas mortes, inclusive a minha".

Em outro vídeo, o atirador recorda das próprias experiências passadas. "Bem irmãos, eu ainda me lembro de todas as humilhações que eu passei nas mãos desses covardes. Eu era agredido, humilhado, ridicularizado, e as vezes que mais doíam era quando (...) todos em volta riam, debochavam, se divertiam sem se importar com meus sentimentos."

Ele completa dizendo que o que mais o irritava era "saber que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis", e justifica seus atos: "percebi que algo precisa ser feito", diz.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava pelo menos 10 dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington atirou em duas pessoas ainda fora da escola e entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

A polícia encontrou imagens da preparação de Wellington para o ataque em seu computador
A polícia encontrou imagens da preparação de Wellington para o ataque em seu computador
Foto: Secretaria de Segurança Pública / Divulgação
Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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