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Motoristas bloqueiam ao menos 3 terminais de ônibus em SP

14 abr 2011 - 15h24
(atualizado às 16h55)
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Ao menos três terminais de ônibus estão bloqueados nesta quinta-feira por motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo, de acordo com o sindicato da categoria. Segundo Raimundo Ivan de Oliveira, um dos diretores executivos do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, os terminais Vila Nova Cachoeirinha, Lapa e Pirituba estão parados. A São Paulo Transportes S/A (SPTrans), responsável pelo caso, afirmou em nota que nenhuma linha de ônibus parou de circular.

O motivo da paralisação é a alegada agressão a dois funcionários por fiscais da SPTrans na manhã desta quinta-feira, que deflagrou uma onda de insatisfações com a fiscalização. De acordo com Oliveira, um mecânico da Viação Santa Brigida que viajava em um ônibus de manutenção da empresa desceu pela porta da frente do veículo na avenida Inajar de Souza, próximo à ponte da Freguesia do Ó.

Um fiscal que estava em um ônibus atrás desceu também e pediu o crachá de identificação do funcionário, que autorizaria seu transporte no ônibus de manutenção. Segundo Oliveira, após o mecânico ter apresentado o crachá, o fiscal quis tomá-lo, e uma discussão começou. Oliveira afirmou que o mecânico e o motorista do ônibus de manutenção foram agredidos por dois fiscais da SPTrans. De acordo com ele, os dois funcionários prestavam depoimento na 28ª DP. A SPTrans afirmou em nota que verifica a ocorrência para ver se houve abuso da fiscalização.

O ocorrido chegou a outros funcionários, e deflagrou uma onda de insatisfações com a fiscalização da SPTrans. Além dos três terminais bloqueados até às 15h desta quinta-feira, os terminais Princesa Isabel, Santana e Parque Dom Pedro também ficaram paralisados durante uma parte da manhã. De acordo com Oliveira, desde outubro do ano passado a fiscalização tem agido "de modo truculento", e "de maneira muito rígida".

"Se um motorista de ônibus passar um sinal vermelho e for visto por um fiscal normal, leva multa de R$ 180. Se for da SPTrans, a multa é de R$ 720, e de R$ 1.440 em caso de reincidência", afirma Oliveira. O salário de um motorista de ônibus na capital paulista é de R$ 1.550.

A SPTrans afirma que a multa recai sobre a empresa, não sobre o funcionário. Porém, todas as 16 concessionárias de ônibus que operam na capital repassam o valor da infração para o motorista, como afirma a assessoria do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss). Segundo o órgão, o funcionário é o único responsável pelos atos de imprudência ou negligência que podem colocar a vida de passageiros em risco. O que as empresas costumam fazer é parcelar o valor da multa em dez vezes.

Outra reclamação do sindicato é o excesso de rigor na aplicação das multas. Uma das formas de controlar quantos ônibus cada empresa põe em funcionamento é contar o número de partidas de cada veículo por hora. "O mínimo é seis. Se tiver passado um minuto e o motorista não tiver dado seis partidas, a empresa é multada", diz Oliveira.

De acordo com Oliveira, a SPTrans contratou cerca de 300 fiscais no fim do ano passado, o que aumentou o número de penalidades para os motoristas. Segundo ele, a diretoria do sindicato faz neste momento uma reunião com a SPTrans para pedir a suspensão da punição aos funcionários do episódio desta quinta-feira e para apresentar as outras insatisfações.

Fonte: Terra
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