Maia: é cedo para discutir o plebiscito sobre desarmamento
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-SP), defendeu nesta terça-feira um amplo debate com a sociedade sobre o desarmamento, para só depois a Câmara tomar uma posição sobre o referendo do Estatuto do Desarmamento proposto pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "É cedo para discutir o plebiscito neste momento", afirmou.
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Marco Maia disse que acha ruim tomar decisão no calor e na emoção, referindo-se ao massacre de crianças na escola no Realengo. "Nessas questões, quanto mais equilibrados formos, quanto mais ouvirmos a sociedade, melhor para tomar uma decisão que não vai apenas trazer gastos e manter a mesma decisão que já foi tomada sobre essa matéria", disse.
"Vamos dialogar sobre esse tema aqui. Nós já fizemos o plebiscito, que demonstrou uma opinião da população sobre o tema desarmamento e que foi muito firme e contundente, mais de 60% votaram pelo não ao desarmamento", disse Marco Maia. Segundo ele, é preciso dialogar, fazer um bom debate e ouvir a sociedade para depois tomar alguma decisão.
Maia falou também sobre o projeto do deputado Sandro Mabel (PR-GO), que propõe a colocação de detectores de metais nas escolas. Ele disse que a proposta é interessante, mas que é preciso analisar o assunto sobre o ponto de vista financeiro e qual o impacto no poder público e nas escolas para, a partir daí, viabilizar a sua execução.
Atentado
Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.
Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.