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Polícia

RJ: calçada de escola vira "santuário" com homenagens

10 abr 2011 - 06h19
(atualizado às 06h35)
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Cerca de 700 estudantes, professores, pais de alunos e moradores de vários bairros do Rio de Janeiro deram neste sábado um abraço simbólico na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, para homenagear os 12 adolescentes assassinados pelo atirador Wellington de Oliveira. O cenário do massacre se transformou num santuário, com flores, fotos e mensagens para as vítimas.

Seiscentos assistentes sociais e psicólogos da prefeitura começaram a visitar famílias atingidas pela tragédia. Todos os 1.172 alunos receberão acompanhamento para ajudá-los a superar os traumas. As aulas estão suspensas até sexta.

Ainda muito abalado e vestindo camisa com a foto do filho Rafael, 14 anos, morto no atentado, Carlos Maurício Pinto, 38, participou do ato. "O que nos dá um pouco de força é saber que ainda existem pessoas boas que nos confortam". Sábado foi o aniversário da irmã de Rafael, Ana Beatriz, 12 anos.

A estudante Caroline Teixeira, 13, lembrou durante a homenagem que estava na sala no momento em que o atirador acertou três amigas dela: Larissa, Géssica e Samira. "Ele mandava todas ficarem de costas. Ficava andando pela sala enquanto escolhia quem iria acertar. A Samira foi a primeira a morrer. Quando ele ficou de costas eu aproveitei para fugir", recordou Caroline, que não consegue dormir à noite. "Não quero mais voltar para o colégio".

Psicólogas contam que os estudantes estão muito traumatizados. Na casa da aposentada Lúcia Maria Teixeira, 68, o neto Igor Teixeira, 14, resistiu ao atendimento. "Ele não aceita conversar. Tampa os ouvidos e fica cantando", contou a avó.

Sábado pela manhã, o corpo da décima segunda vítima fatal, Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, foi cremado no Cemitério do Caju. Parentes usaram camisa branca com foto da adolescente. "Vou guardar dela o jeitinho meigo, era brincalhona", declarou o pai da menina.

Atentado

Um homem matou 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Numa carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão a Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Moradores e amigos deixam homenagens na calçada da Escola Tasso da Silveira
Moradores e amigos deixam homenagens na calçada da Escola Tasso da Silveira
Foto: Paulo Araujo / O Dia
Fonte: O Dia
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