PUBLICIDADE

Polícia

'Ela saiu de casa e agora está num saco', diz avó de vítima no RJ

7 abr 2011 - 21h20
(atualizado às 21h31)
Compartilhar

Os corpos das vítimas do massacre ocorrido nesta quinta-feira na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, começaram a chegar ao Instituto Médico Legal (IML), no centro, no início da tarde. O clima era de desespero entre os parentes das crianças após o reconhecimento dos corpos.

Mulheres se abraçam e choram por causa de tragédia em escola de Realengo
Mulheres se abraçam e choram por causa de tragédia em escola de Realengo
Foto: AFP

A vendedora ambulante Neusa Candelária da Cruz Ferreira, 63 anos, avó de Karine Chagas de Oliveira, 14 anos, estava inconsolável. A menina era criada por ela como filha e estudava na escola desde pequena. Em tom desesperador, ela disse que "queria a neta de volta, que a menina havia saído de casa e, agora, "está dentro de um saco preto".

Com um sonho de ser da Marinha, Géssica Guedes Pereira, 15 anos, se dedicava aos estudos e fazia curso preparatório. A adolescente, que estava no 8º ano, teve seu sonho interrompido hoje. A mãe dela, Sueli Guedes, e o pai reconheceram o corpo.

A aluna Mariana Rocha de Souza, 12 anos, foi reconhecida por Nádia Ribeiro, sua madrinha. Já Milena dos Santos Nascimento, 14 anos, foi identificada pelo pai, Waldir do Nascimento. Bianca Rocha Tavares, 13 anos, não resistiu à operação para a retirada de balas no braço, no Instituto de Traumatologia e Ortopedia, no centro, e morreu à tarde.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava pelo menos 10 dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington atirou em duas pessoas ainda fora da escola e entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
Publicidade