PUBLICIDADE

Polícia

'Relaxa, gordinho, eu não vou te matar', disse atirador a aluno

7 abr 2011 - 20h04
(atualizado às 21h11)
Compartilhar

O estudante Mateus Moraes, 13 anos, ficou frente a frente com o atirador de Realengo. "Pedi para ele não me matar e ele disse: 'Relaxa, gordinho, eu não vou te matar'. Enquanto ele recarregava a arma eu ficava orando. Deus me salvou", disse o menino, aluno da turma 1801, que estava na sala 03, a segunda invadida pelo atirador.

As vítimas foram atingidas principalmente na cabeça e no peito
As vítimas foram atingidas principalmente na cabeça e no peito
Foto: Reuters

Mateus contou que, após ouvir os primeiros tiros, a professora de Português, que dava aula no momento, saiu da sala para ver o que estava acontecendo. Logo depois o assassino apareceu. "Ele entrou na sala e começou a atirar. Todo mundo se jogou no chão, tentando se escoder embaixo das mesas, mas ele foi atirando. Entrou e saiu da sala umas quatro vezes. Fiquei com muito medo de morrer, mas permaneci em pé e ele mandou sair da frente. Aí a polícia entrou e começou a gritar: 'Quem tá vivo sai', e saímos correndo. Mas vários amigos ficaram deitados, amontoados no chão", afirmou o estudante.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. Segundo a polícia, o atirador portava duas armas e utilizava pelo menos 10 dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington atirou em duas pessoas ainda fora da escola e entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Fonte: O Dia
Compartilhar
Publicidade