Africanos descendem de amaldiçoado, diz Twitter de deputado
O perfil no Twitter do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) apresentava nesta quinta-feira uma mensagem que afirmava que "africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato". Esta é a segunda polêmica na semana que envolve declarações de parlamentares. A primeira foi do também deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que não discute promiscuidade, ao responder a uma pergunta sobre como reagiria se seu filho se apaixonasse por uma mulher negra.
Em nota por meio de seu site, Feliciano afirmou que não é racista, mas "brasileiro com um sangue miscigenado, por africanos, índios e europeus". Com relação à suposta maldição de Noé, ele citou trechos da Bíblia e afirmou que "Noé amaldiçoa o descendente de Cão, ou seja, toda a sua descendência". Em seguida, ele citou um historiador hebreu, Flavio Josefo, e disse que dentre os descendentes de Cão estão os africanos, também amaldiçoados. No entanto, ele afirmou que "milhares de africanos têm devotado sua vida a Deus e por isso o peso da maldição tem sido retirado".
"Que fique bem claro aqui de uma vez por todas, não sou homofóbico. O que as pessoas fazem nos seus quartos não é do meu interesse. Sou contra a promiscuidade que fere os olhos de nossos filhos". "Respeito o ser humano, mas tenho o direito de ser repeitado também! Não sou racista! Sou brasileiro com um sangue miscigenado, por africanos, índios e europeus. Sou cristão, sim Senhor", afirmou o pastor.
Polêmica de Bolsonaro
Durante o programa CQC, da TV Bandeirantes, em resposta à cantora Preta Gil, que perguntou ao deputado o que ele faria se seu filho se apaixonasse por uma mulher negra, Jair Bolsonaro respondeu: "Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como, lamentavelmente, é o teu". O deputado afirmou em nota divulgada na terça-feira que entendeu errado a pergunta e achou que a artista se referia a uma relação homossexual.
Moreno escuro
Na semana passada, o deputado federal Júlio Campos (DEM-MT) admitiu por meio de nota que usou a expressão "ilustre ministro moreno escuro" para se dirigir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, durante uma reunião da bancada de seu partido. Segundo o comunicado, os termos foram empregados "somente por não lembrar naquele momento o nome do magistrado". Campos disse também que fez contato com o chefe de gabinete do ministro e pediu que sejam passadas desculpas por eventuais constrangimentos.