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Polícia

AM muda cúpula da PM após vídeo de tiros em garoto de 14 anos

30 mar 2011 - 03h40
(atualizado às 15h11)
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Arnoldo Santos
Direto de Manaus

Uma semana depois que o vídeo de um policial militar atirando à queima-roupa em um jovem de 14 anos durante uma suposta operação circulou pelos principais meios de comunicação brasileiros e internacionais, a cúpula da Polícia Militar do Amazonas será substituída durante solenidade marcada para as 10h desta quarta-feira.

A notícia foi confirmada pelo convite da solenidade de troca de comando que o governo do Estado distribuiu. O coronel Dan Câmara será substituído no comando da corporação pelo coronel Almir David Barbosa. De acordo com o governo, a saída de Câmara já estava prevista e não tem relação com o vazamento de um vídeo. Ele vai assumir o planejamento de segurança da Polícia Militar para a Copa do Mundo de 2014. Também serão substituídos o sub-comandante e o chefe do Estado-Maior da PM.

Na gravação, divulgada incialmente pela TV Crítica (afiliada da Rede Record), no dia 23 de Março, mostra os PMs abordando o rapaz e fazendo-o encostar em um muro, no bairro Mutirão, zona leste de Manaus. Mesmo estando o garoto com as mãos para cima, um dos policiais aponta a pistola ponto 40 e atira por duas vezes. Um outro policial aparece dando um terceiro tiro na direção do muro. Mesmo baleado, o rapaz continua de pé e é levado para dentro da viatura, rumo a um hospital.

Os militares registraram na delegacia boletim de ocorrência no qual alegam que, ao serem chamados para apurar uma denúncia de tráfico de drogas, foram recebidos a tiros, contra os quais reagiram.

O vídeo teve repercussão nos principais veículos de comunicação nacionais e internacionais. O comando da Polícia Militar do Amazonas prometeu rigor na apuração do crime. O Ministério Público Estadual pediu a prisão dos envolvidos, o que começou a ser cumprido ainda na quinta-feira. O último PM envolvido foi preso no domingo à noite. Durante todo o dia, nesta terça-feira, os policiais foram ouvidos pelo procurador de Justiça João Bosco Valente, representante do Ministério Público.

Entre os vários aspectos que deverão ser investigados, estão o porquê de o vídeo (feito em agosto de 2010) ter aparecido só agora; a real situação jurídica do rapaz - que, segundo a própria PM, tem envolvimento com o tráfico de drogas e até passagem pela polícia, e a possível autoria dos PMs presos de outros crimes pelas denúncias que começaram a aparecer por parte de moradores da área onde aconteceu o caso depois que o vídeo veio à tona.

O rapaz passa bem, e informações dão conta de que ele não está em Manaus. Ele foi incluído no programa de proteção a testemunhas do Ministério da Justiça.

Fonte: Especial para Terra
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