Advogado: Jaqueline não tem condição psicológica para voltar
- Laryssa Borges
- Direto de Brasília
O advogado da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), José Eduardo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira que a parlamentar, flagrada em vídeo recebendo propina de Durval Barbosa, delator do esquema do mensalão do DEM no DF, não tem "condições psicológicas perfeitas" para retornar ao trabalho. A deputada, filha do ex-governador do DF Joaquim Roriz, já tirou uma licença médica depois que a denúncia veio à tona, mas teve um novo pedido de afastamento negado pela Casa.
"Ela está disponível para ser examinada por quem quer que seja. No momento, ela não está em condições psicológicas perfeitas para isso retornar ao trabalho. Ela está muito abalada com tudo que aconteceu", disse Alckmin, que apresentou na tarde de hoje pedido de arquivamento do caso à Corregedoria da Câmara. O argumento de defesa é que o processo que está no colegiado trata das mesmas acusações de um outro que tramita no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Em ambos os casos as acusações dizem respeito à suposta quebra de decoro por conta do recebimento de dinheiro registrado no vídeo.
"O plano de fundo para ambas as representações é a narrativa da mesma história", argumentou o advogado no pedido de arquivamento, classificando de "inaceitáveis" duas manifestações sobre o mesmo episódio.Nesta terça-feira, por volta das 14h30, a defesa de Jaqueline Roriz irá se encontrar com Carlos Sampaio, relator do processo contra a deputada no Conselho de Ética, e com o presidente do colegiado, José Carlos Araújo, para apresentar os argumentos da parlamentar contra sua cassação.
Anterioridade
No auge dos processos de quebra de decoro resultados do esquema do mensalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Conselho de Ética passou a partir de 2007 a levar em conta apenas atos cometidos pelos deputados após a posse para a abertura de processos por falta de decoro. O vídeo envolvendo a deputada Jaqueline Roriz é datado de 2006, e seu atual mandato como deputada federal foi iniciado apenas este ano. A defesa conta com a tese de preservação do princípio da anterioridade para tentar livrar a parlamentar do processo de cassação.
