Em evento em MG, Dilma cita Lei de Murphy e reclama de telão
- Ney Rubens
- Direto de Belo Horizonte
A presidente Dilma Rousseff citou nesta segunda-feira a Lei de Murphy para reclamar de problemas técnicos durante seu discurso em um evento no Palácio das Artes, no centro de Belo Horizonte (MG). Ao fazer o lançamento do programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, Dilma fez críticas a um telão que exibia informações sobre o projeto e a logomarca criada pelo artista plástico Romero Brito, presente no evento.
"É a Lei de Murphy que impera. Na hora que eu falo da marca, a marca some. É sempre assim", queixou-se Dilma, referindo-se ao conceito de que todas as coisas que estão sujeitas a dar errado acabam por ser malsucedidas.
Antes da reclamação de Dilma, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez uma apresentação de cerca de 30 minutos sobre todos os pontos do programa, que pretende atender gestantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde o momento em que a mulher tem notícia da gravidez até o dia em que a criança atinge 2 anos. Apesar de o aparelho não ter apresentado defeito, Padilha reclamou da velocidade com que eram trocados os slides da apresentação, pedindo em pelo menos três oportunidades que fossem retomadas as informações anteriores.
Enquanto acompanhava a fala das outras autoridades presentes, Dilma recebeu várias cartas de mulheres que estavam na plateia. Em seu discurso, a presidente respondeu a uma das cartas, que a questionava sobre a criação de creches para crianças de 0 a 6 anos. Dilma prometeu ao público maiores investimentos nessa área, enfatizando que o programa Rede Cegonha também pretende atender as crianças nessa faixa de idade.
Dilma disse ainda que o lançamento do programa cumpre uma promessa de campanha e é um dos pontos de fortalecimento do SUS. "Não vai haver um dia em que o governo federal e o ministério da Saúde não tentem fortalecer o Sistema Único de Saúde", disse a presidente.
Ao se dirigir ao governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), Dilma Rousseff citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na sua opinião, entregou para ela o País em ótima situação. "Eu recebi um País diferente, em condições para dar um salto ainda maior do que o que o presidente Lula deu no seu primeiro governo", afirmou.
Anastasia, por sua vez, se ofereceu como um "parceiro de primeira hora" do governo federal e afirmou que o governo de Minas Gerais já possui um programa similar ao Rede Cegonha, chamado Viva Vida.
Manifestações
Durante todo o evento realizado nesta segunda-feira, algumas pessoas que estavam presentes fizeram pequenas manifestações com queixas à presidente. As principais demandas diziam respeito ao estatuto do idoso e às condições de trabalho de professores.
Rede Cegonha
A Rede Cegonha contará com R$ 9,397 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde para investimentos até 2014. Estes recursos serão aplicados na construção de uma rede de cuidados primários à mulher e à criança. "Estamos colocando nesta Rede não só recursos financeiros, mas, também, toda a força do SUS com o objetivo de priorizar os cuidados às mulheres e às crianças do Brasil", afirmou o ministro Alexandre Padilha, durante a cerimônia.
De acordo Padilha, os quase R$ 9,4 bilhões serão investidos "em toda a rede de serviços, que devem assumir o cuidado à gestante e à criança, desde o pré-natal até os 2 anos de idade: começa pela unidade básica de saúde, passa pelos exames de pré-natal e pelo transporte seguro, até o parto nos leitos maternos do SUS". Estimativas apontam que o Brasil tem cerca de 3 milhões de gestantes, sendo que mais de 2 milhões são assistidas exclusivamente pelo SUS.
