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Polícia

PF indicia ex-presidente do BC em inquérito da Satiagraha

25 mar 2011 - 09h02
(atualizado às 19h45)
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A Polícia Federal indiciou o ex-presidente do Banco Central Persio Arida em um dos inquéritos da Operação Satiagraha por suposta prática de gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha entre 1996 e 1999, quando foi um dos dirigentes do Opportunity Fund, fundo de investimentos do banqueiro Daniel Dantas. Também foram indiciados por evasão de divisas 42 cotistas do fundo, entre eles o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul, Mauro Knijinik, os empresário Romeu Chap Chap e Silvana Abramovay Marmont e o sócio da casa de espetáculos HSBC Brasil Gladson Tedesco. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

O Opportunity Fund, sediado nas Ilhas Cayman, participou das privatizações de estatais ocorridas no governo de Fernando Henrique (1995-2002), quando adquiriu, entre outros ativos, a Brasil Telecom e o terminal de contêineres do porto de Santos. De acordo com as apurações, ex-funcionários do Opportunity testemunharam Arida coordenar as operações de captação do fundo trabalhando no escritório da empresa em São Paulo. Arida foi presidente do Banco Central em 1995 e hoje é um dos principais sócios do executivo André Esteves no Banco BTG Pactual. Mais de 60 cotistas foram ouvidos pela PF, mas só os que depositaram mais de US$ 100 mil na carteira foram indiciados, pois o Banco Central determina a declaração de depósitos no exterior a partir desse valor. Cabe ao Ministério Público decidir se acusa formalmente os indiciados à Justiça.

Em nota, o Opportunity disse ter solicitado à PF acesso ao inquérito vazado para a reportagem 13 vezes e, como não foi atendido, não tem "ciência dos métodos usados na suposta investigação". Para o banco, o impedimento é uma "maneira desonesta de encobrir ilegalidades na sua condução". "O Opportunity Fund é alvo da Polícia Federal desde 2000. Desde lá, processos em várias instâncias judiciais e administrativas foram abertos e arquivados por inexistência de crime, por conseqüência, falta de provas", diz o comunicado.

Fonte: Terra
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