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Polícia

Força Nacional ocupa obras da usina hidrelétrica de Jirau

18 mar 2011 - 13h21
(atualizado às 15h14)
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Membros da Força Nacional de Segurança ocuparam nesta sexta-feira as obras da construção da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, em Jaci-Paraná, após os ataques de vandalismo desta semana que destruíram alojamentos e escritórios, disseram nesta sexta-feira fontes oficiais.

Grupo depredou ônibus, carros e instalações das obras
Grupo depredou ônibus, carros e instalações das obras
Foto: Divulgação

Em dois dias de atos de vandalismo alguns dos trabalhadores destruíram os 35 alojamentos construídos para os cerca de 18 mil operários que trabalham nas obras, assim como 45 ônibus usados para o transporte dos empregados.

O envio à região da Força Nacional de Segurança Pública foi autorizado na quinta-feira pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após o pedido de reforços feito pelo governador de Rondônia, Confúcio Moura, segundo um comunicado do Ministério. "A Força Nacional vai apoiar a polícia local na segurança da Usina Hidroelétrica de Jirau, que está sendo construída no rio Madeira, a 100 km do Porto Velho (capital de Rondônia)", segundo o comunicado do ministério.

A construtora Camargo Correa, responsável pela hidrelétrica, paralisou na quinta-feira as obras e utilizou seus caminhões para transportar a maior parte dos trabalhadores até Porto Velho, enquanto espera que a polícia controle a situação e os trabalhos possam ser reatados. Os operários tiveram que ser acomodados em ginásios e prédios públicos da capital de Rondônia devido a que a cidade não tem capacidade para alojá-los.

A usina de Jirau compõe junto com a de Santo Antônio, também em construção, o chamado Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, situado próximo à fronteira do Brasil com a Bolívia, e terá uma capacidade de gerar 3.450 MW de energia.

A hidrelétrica, com um custo previsto de R$ 8,7 bilhões e que inundará cerca de 258 km² na Amazônia, contará com 46 turbinas, as primeiras das quais começarão a operar, segundo o cronograma inicial, em março de 2012.

Segundo versões de imprensa não confirmadas, além de todos os alojamentos, foram incendiados o posto de saúde, assim como os escritórios e os armazéns da construtora. As mesmas versões indicam que cerca de 400 pessoas participaram dos ataques que protestaram contra a detenção supostamente abusiva de um colega, embora alguns dirigentes sindicais informaram que se tratava de protestos contra as precárias condições de trabalho no acampamento.

Os incidentes começaram na quarta-feira após uma suposta discussão entre trabalhadores e os motoristas dos ônibus em que os operários são transportados entre Porto Velho e o local das obras.

Em comunicado, a Camargo Corrêa atribuiu o início dos incidentes à "ação de vândalos" sem relação com os empregados, que "atuaram criminalmente" e que invadiram o local das obras encapuzados.

A empresa, que nega ter recebido reivindicações dos trabalhadores, informou igualmente que não há previsão de quando retomará as obras e nem se terá que modificar o cronograma de entrega.

EFE   
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