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Política

Derrotado nas eleições, Genoino é nomeado assessor de Jobim

10 mar 2011 - 16h14
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O Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira a nomeação do ex-deputado federal José Genoino (PT-SP) para o cargo de assessor especial do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele foi deputado na última legislatura (2006-2010), mas não se reelegeu no ano passado.

Além de uma longa trajetória parlamentar, a biografia do cearense nascido em Quixeramobim (CE) destaca-se pela sua trajetória nos chamados "anos de chumbo". Já nos primeiros anos da ditadura militar, o petista aderiu à clandestinidade e participou da preparação e combate na guerrilha do Araguaia, que tinha como um de seus principais líderes o comunista Maurício Grabois.

Em 1970, Genoino foi para a região do Araguaia, na época pertencente ao Estado do Pará. Entretanto, foi um dos primeiros guerrilheiros que "caíram", como se dizia no jargão dos clandestinos, na luta contra os militares. Após a prisão, o ex-deputado só retomou sua vida normal em 1977, quando trabalhou como professor de história em um colégio de São Paulo.

No final dos anos 80, a partir da greve na região do ABC paulista e a prisão de vários sindicalistas, entre os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma série de intelectuais e trabalhadores passaram a atuar na criação de um partido que atendesse aos seus interesses. Entre essas pessoas, estava o paulista José Genoino, que acabou por se tornar um dos fundadores do PT.

Anistiado em 1979, já em 1982 ele foi eleito para seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. A partir daí, tornou-se referência na Casa e atuou como um dos conselheiros de plenário do então presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1988, Ulysses Guimarães, por seu conhecimento detalhado do regimento interno da Câmara.

Na Casa, ocupou por duas vezes a liderança da bancada petista - 1991 e 1999 - e focou sua atuação parlamentar sobre a concepção de Estado. Assim, ele tornou-se especialista em dois temas: Forças Armadas e segurança pública.

Outros trabalhos que deram destaque a Genoino como uma das principais lideranças petistas foram suas atuações nas CPIs da Corrupção e na dos Anões do Orçamento. A primeira culminou no impeachment do ex-presidente e hoje senador pelo PTB de Alagoas Fernando Collor, e a outra CPI cassou o mandato de vários deputados por fraudes na elaboração dos orçamentos da União.

Em 2002, Genoino assumiu a presidência nacional do PT, cargo que recebeu "como uma missão" do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ele permaneceu na presidência do partido até 2005, quando sofreu um forte viés na sua carreira política. Instalada a CPI mista dos Correios, os trabalhos desenvolvidos constataram um esquema de pagamento de propinas, pelo governo federal, a parlamentares da base aliada que votassem a favor de matérias de interesse do Executivo.

O esquema, que ficou conhecido como "mensalão", envolveu o nome de Genoino, que hoje responde a processo no esquema de compra de votos. Ele foi apontado na denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, como um dos cabeças do esquema. O processo contra os réus do mensalão tramita desde 2007 no Supremo Tribunal Federal (STF).

Agência Brasil Agência Brasil
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