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Polícia

Alckmin acha grave vídeo em que policial é despida ter vazado

21 fev 2011 - 15h56
(atualizado às 16h22)
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O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse, nesta segunda-feira, que determinou à Secretaria de Segurança Pública que reveja o caso de um vídeo gravado pela corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, que vazou na internet, no qual uma policial feminina fica nua durante uma revista após denúncia de extorsão. Para o governador, o vazamento é "grave e vai ser apurado".

"Como é que um documento interno da polícia acabou indo a exposição pública?", afirmou. Na gravação, a policial é algemada, jogada no chão e tem as calças tiradas por policiais homens, apesar de solicitar, por várias vezes, que a revista seja feita apenas por mulheres. "A policial foi demitida, porque é um caso de corrupção, e na Justiça, não houve constatação de nenhuma anormalidade, até porque ela se recusava a ser revistada".

O vídeo foi gravado em 2009 após denúncia feita à corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, em junho daquele ano, por um homem que afirmou que a ex-escrivã teria pedido dinheiro para não incluí-lo na investigação sobre porte de munição. Ela foi considerada culpada no processo administrativo movido pela Polícia Civil e demitida em novembro de 2010.

De acordo com o advogado Fabio Guedes Garcia da Silveira, que representa a ex-escrivã da Polícia Civil de São Paulo, o vídeo completo tem duração de 40 minutos, mas a defesa não teve acesso ao material na íntegra, como o que foi divulgado na internet. "Em outubro de 2010 conseguimos acesso a uma cópia reduzida do vídeo (12 minutos). Não sabemos quem pode ter divulgado, até porque o que nós tínhamos foi encaminhado à Secretaria de Segurança Pública, ao procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, por meio da Comissão dos Diretos Humanos da OAB, em outubro do ano passado".

Em nota divulgada à imprensa, a corregedora-geral da Polícia Civil de São Paulo, Maria Inês Tresiglio Valente, condena informações divulgadas pela imprensa sobre o caso, após o vídeo ter vazado na internet, e diz que o "suposto" abuso de autoridade de policiais civis foi apurado acatando determinação do Ministério Público e que o inquérito policial que contém a íntegra do vídeo, de 48 minutos, "foi arquivado por decisão judicial". Maria Inês diz que matéria veiculadas na imprensa ignoraram "a tentativa de policiais femininas de revistarem a escrivã, ignorou gravações telefônicas com indícios fortes de prática de crime".

"O que nos revolta é que em momento algum ela se recusou a ser revistada, pediu apenas que fosse revistada por policiais femininas, mas foi lançada ao solo e teve as calças retiradas à força", disse o advogado da ex-escrivã, afirmando ainda que a gravação não comprava que o dinheiro da extorsão estava com a policial, e que o áudio da mesma não foi incluído no processo administrativo que gerou a expulsão da escrivã, em outubro de 2009. Ele diz que em janeiro de 2010 solicitou uma cópia integral do vídeo, com pericia do Instituto de Criminalística, para ter certeza de que não foi editado. "Para o nosso espanto, no Diário Oficial do dia 21 de janeiro de 2010, o delegado que presidia o processo administrativo deu um despacho dizendo que o áudio da insólita filmagem da revista íntima não é de interesse para o conjunto probatório", afirma.

Fonte: Terra
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