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Polícia

Rio: Beltrame diz estar à disposição da PF sobre vazamento

18 fev 2011 - 13h43
(atualizado às 13h46)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

O secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou na manhã desta sexta-feira, após a cerimônia de troca de tropas do Exército nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense, que está à disposição da Polícia Federal (PF) para esclarecer o suposto vazamento de informações da Operação Guilhotina. A ação foi desencadeada na semana passada e resultou na prisão de 38 suspeitos de envolvimento com traficantes e milicianos, incluindo policiais civis e militares.

Ontem, o ex-chefe da Polícia Civil Allan Turnowski, indiciado pela PF por suposto vazamento de informações sobre a operação, alegou que Beltrame não o havia informado sobre a ação. Nesta sexta-feira, Beltrame - que ontem mesmo publicou uma nota através da assessoria de comunicação da Secretaria confirmando a afirmação do delegado - disse que ainda não tem dados suficientes para considerar o indiciamento de Turnowski precipitado ou não.

Durante a cerimônia, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), se limitou a dizer que "agentes corruptos vão continuar sendo afastados" ao comentar a recente crise na Polícia Civil. Além de Cabral e Beltrame, participaram do evento a nova chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte.

A troca das tropas faz parte do planejamento operacional do Comando Militar do Leste, que prevê a cada três meses a rotatividade nas favelas ocupadas desde novembro de 2010 pelas forças de segurança. Hoje, o Grupamento de Artilharia Paraquedista do Exército, comandado pelo general Fernando Sardenberg, foi substituído pela 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, comandada pelo general César Leme Justo.

Em seu discurso, Cabral elogiou a atuação do Exército nas favelas dos complexos da Penha e do Alemão e sugeriu que os militares visitassem as comunidades ocupadas por Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para perceberem a importância do trabalho realizado por eles.

A saída de Turnowski
A saída de Allan Turnowski ocorreu dias após a operação Guilhotina, da Polícia Federal (PF), fazer uma devassa na Polícia Civil e prender 38 pessoas, entre elas o ex-subchefe da corporação, Carlos Oliveira. No domingo, Turnowski determinou que a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco-IE) fosse lacrada para a apuração de supostas denúncias de extorsão.

A Draco é comandada por Claudio Ferraz, homem de confiança de Beltrame. Desde a semana passada, a delegacia não pertence mais aos quadros da Polícia Civil. No Diário Oficial, foi publicado que a delegacia ficaria sob a responsabilidade da Secretaria de Segurança e colaboraria com a Corregedoria Geral Unificada (CGU) nas investigações de desvios de conduta de servidores públicos.

Turnowski negou que a devassa na Draco fosse uma represália a Ferraz, que admitiu ter colaborado nas investigações da operação Guilhotina. No entanto, a decisão pela saída ocorreu durante "uma longa conversa" na manhã de terça-feira com Beltrame, "após os dois concluírem que esta seria a decisão mais adequada para preservar o bom funcionamento das instituições", disse a secretaria em nota.

Fonte: Especial para Terra
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