PUBLICIDADE

Política

Em SP, Temer diz que reforma política seria útil para governo

18 fev 2011 - 13h31
(atualizado às 13h42)
Compartilhar
Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta sexta-feira em São Paulo que a possibilidade de se discutir no Congresso Nacional, ainda este ano, a reforma política seria muito útil para a atual legislatura e para o governo Dilma Rousseff (PT). Na opinião dele, deve-se começar a discutir o tema agora e, se possível, promover as mudanças antes de outubro.

Na Fiesp, o vice-presidente da República defendeu que a reforma política comece a ser discutida agora
Na Fiesp, o vice-presidente da República defendeu que a reforma política comece a ser discutida agora
Foto: Samir Baptista / Terra

"As coisas tem de ser amadurecidas no Congresso. Há uma maturação que permite discutirmos a reforma política. Eu tenho uma tese a respeito dela, mas o meu objetivo é apenas provocar o assunto para que possamos levar adiante. Seria muito útil para essa legislatura, útil para este governo que se desse a reformulação política do País", disse ele, após uma reunião com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Temer defende que a disputa para o parlamento seja majoritária, a exemplo do que acontece no Senado. Já o PT, de Dilma Rousseff, defende o voto em lista. "(A minha tese) é de maioria de votos. Ou seja, o sistema majoritário. Nós teríamos uma espécie de 'distritão' que é o próprio Estado. São Paulo tem, por exemplo, 70 vagas. Os 70 mais votados seriam eleitos. Mas eu conecto essa afirmação à tese de que um dos artigos dessa emenda constitucional deveria estabelecer a fidelidade partidária. Ou seja, quem for eleito pelo partido dele não pode sair", disse.

Depois de o PMDB ter votado em conjunto com o governo na definição do novo salário mínimo, Temer não acredita em uma divisão com o PT caso a reforma seja levada adiante. "Se for uma disputa, é uma disputa boa porque é uma disputa temática. Não é uma disputa por cargos, não é disputa por espaço. Mas é uma disputa programática que é o que interessa ao País. Seria muito útil ao parlamento entrar nessa discussão", afirmou.

Temer diz que a sua posição é pessoal, mas que pode ser encampada pelo PMDB. "Não é posição do governo e não é posição ainda majoritária do PMDB. É possível que o PMDB leve adiante essa tese, mas eles vão discutir internamente. Eu já comentei com ela (Dilma) que eu estava tratando desse tema e ela achou útil que haja a promoção do debate político da reforma política".

Sobre a tese do PT, Temer afirma que o voto em lista já foi tentado antes, mas não prosperou. "Eu acho que há uma dificuldade extrema para aprovar o voto em lista. Esta minha proposta se harmoniza com o próprio texto constitucional. Por isso estou levando adiante esta proposta".

Sobre a votação do salário mínimo, ele se mostrou satisfeito com a posição de seu partido, o PMDB, que votou junto com o governo pelo valor de R$ 545. "O que nós conseguimos é que houvesse uma unidade de ação do PMDB. Uma coisa que estamos buscando há muito tempo. Eu consegui isso no partido e agora estamos conseguindo isso na bancada. É importante que haja unidade de ação. O PMDB é governo e sendo assim votou junto com o governo".

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse concordar com a visão apresentada por Temer. "Todos os pontos que ele apresentou, estou completamente de acordo", disse. Mais cedo, Skaf tomou café da manhã com o vice-presidente. Na ocasião, ambos discutiram uma possível ida de Skaf para o partido. "As portas do PMDB estão abertas para ele", disse Temer.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade