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Londrina tem primeira morte por dengue do PR em 2011

16 fev 2011 - 20h56
(atualizado às 21h40)
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JOÃO FORTES
Direto de Londrina

A Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Londrina, a 369 km de Curitiba, confirmou, nesta quarta-feira, a primeira morte causada pela dengue no Paraná em 2011. A vítima é uma mulher de 64 anos que faleceu no dia 30 de janeiro, depois de apresentar a forma hemorrágica da doença.

De acordo com a secretaria, a vítima começou a apresentar os sintomas no dia 14 de janeiro, tendo procurado ajuda médica somente seis dias depois. No Pronto Atendimento Municipal, ela recebeu hidratação e foi liberada, retornando no dia seguinte, quando foi transferida para um hospital na zona norte da cidade. Em seguida, ela foi novamente tranferida, para o Hospital Evangélico, onde permaneceu na UTI até o falecimento.

A Secretaria de Saúde também informou que a mulher apresentava outras doenças, o que agravou seu quadro clínico. "O atendimento dela foi feito normalmente, não houve falhas. Infelizmente, por outras questões o quadro dela se agravou", disse a diretora de Epidemiologia do município, Sandra Caldeira.

A paciente morava na zona leste da cidade, região de maior gravidade da doença. Segundo o coordenador de Endemias, Elso Belizare, uma força tarefa já vem sendo realizada no local, com mutirões de limpeza e ações de bloqueio. Além disso, são realizadas visitas em pontos estratégicos, como borracharias e ferros velhos. "Aquela região é complexa, mas já está bem contemplada. Vamos continuar realizando o mesmo trabalho e em breve apresentaremos os resultados", disse Elso.

Outras duas mortes sob suspeita de dengue foram investigadas. Um dos casos, o de um homem de 53 anos que morreu no dia 1º de fevereiro, já foi descartado, pois o exame deu negativo para a doença. A secretaria aguarda agora o laudo do exame de outra paciente, de 40 anos, que morreu no dia 4 de fevereiro. "Não há um prazo para o resultado do exame", afirmou Sandra Caldeira.

Londrina é a cidade paranaense que concentra o maior número de casos confirmados da doença, 426 desde o começo do ano. A cidade também tem mais de 4 mil casos suspeitos da doença. Em todo o Estado já foram confirmados 922 casos e registradas mais de 7 mil notificações.

O grande número de casos de dengue em Londrina levou o prefeito, Homero Barbosa Neto (PDT), a decretar estado de emergência na cidade, no dia 31 de janeiro.

Outra morte suspeita de dengue aguarda por confirmação no Paraná e foi registrada na cidade de Jacarezinho, a 156 km de Londrina. A cidade tem 273 casos confirmados da doença e um total de 992 casos suspeitos.

A dengue

A doença é transmitida pela picada do mosquito hospedeiro infectado Aedes aegypti. O vírus passa por um período de incubação de quatro a 10 dias. Os primeiros sinais são febre alta, dor nas articulações e músculos, fraqueza, falta de apetite, manchas avermelhadas pelo corpo, fortes dores de cabeça e dor no fundo dos olhos.

A chamada dengue clássica cura-se naturalmente, quando o organismo livra-se do vírus através de anticorpos. A forma hemorrágica, no entanto, requer mais cuidados. Quando o paciente apresenta o quadro hemorrágico existe sangramento da gengiva, das narinas e de órgãos internos, o que ocasiona as dores abdominais.

Não existe um tratamento específico para a dengue. São tratados somente os sintomas, ou seja, antitérmicos auxiliam a controlar a febre e os analgésicos amenizam as dores musculares e de cabeça, por exemplo. A dengue é uma doença de cura definitiva e espontânea. Isso quer dizer que a pessoa estará sã quando o ciclo do vírus se completar no organismo. Quando há suspeita de dengue, todos os medicamentos que sejam feitos à base de ácido acetil salicílico têm de ser evitados.

Fonte: Especial para Terra
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