Rio: Polícia Civil diz que há indícios para exonerar delegado

Luís Bulcão Pinheiro

Direto do Rio de Janeiro

A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou ter encontrado documentos que comprovariam irregularidades na sede da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), além de três revólveres, uma pistola e duas espingardas calibre 12 que não teriam registro. O chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, disse que há indícios para exonerar o delegado Cláudio Ferraz, que era responsável pela Draco.

"Se ele ainda fizer parte do quadro da Polícia Civil, eu exoneraria", disse Turnowski. A Corregedoria vai analisar dois registros de aditamento (RA) com a mesma numeração, mas com instruções diferentes assinadas pelo delegado. O chefe da polícia afirma ter recebido uma denúncia de extorsão por parte da Draco, que teria arquivado um inquérito contra um ex-prefeito de Japeri.

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O delegado Cláudio Ferraz disse nesta segunda-feira estar "constrangido" com a vistoria realizada na unidade pela Corregedoria. A delegacia foi fechada no domingo a pedido de Alan Turnowski, que disse ter recebido denúncias de que policiais ali lotados receberiam dinheiro para arquivar inquéritos a respeito de fraudes em licitações de empresários e prefeituras fluminenses.

"Ele (Turnowski) deve ter lá os seus motivos para estar agindo desta forma. Eu não tenho o que falar, mas é claro que é um constrangimento", afirmou Ferraz, ao deixar o prédio da unidade. Apesar de ter ficado cerca de quatro horas no local junto com o corregedor de polícia, Gilson Emiliano Soares, Ferraz disse que não foi à delegacia por causa do episódio.

Ele ainda ironizou a informação de que a equipe da Corregedoria teria encontrado R$ 50 mil em uma gaveta da Draco. "Se fosse na minha gaveta, eu ia gostar muito", disse.